Ming Xi, Grace Elizabeth, Cindy As modelos Bruna, Gigi Hadid, Kendall Jenner, e Alexina Graham durante o Victoria's Secret Fashion em 2018. (Dimitrios Kambouris/Getty Images)
Repórter de Casual
Publicado em 18 de agosto de 2023 às 15h57.
Os anos 1990 se tornaram o centro das atenções da Geração Z, com o lançamento de itens inspirados na década como tênis New Balance, jeans com regatas brancas e a volta das supermodelos. Na última semana, rostos dos anos 1990 e 2000 voltaram aos holofotes com Naomi Campbell, Gisele Bündchen e Candice Swanepoel vestindo peças da Victoria's Secret para uma campanha batizada de The Icon.
Além disso, no próximo mês, um dos grandes eventos do mercado será retomado. O polêmico e altamente lucrativo Victoria’s Secret Fashion Show, interrompido em 2019 após pressão de consumidores por uma maior inclusão de corpos na marca de lingeries.
"Achamos que é importante evoluir o marketing da Victoria's Secret. O Victoria’s Secret Fashion Show foi uma parte muito importante da construção desse negócio, foi um aspecto importante da Victoria's Secret e uma conquista notável de marketing. Com isso, estamos descobrindo como avançar no posicionamento da marca e melhor comunicá-la aos clientes", disse Stuart B. Burgdoerfer, vice-presidente da L Brands, proprietária da marca, antes do cancelamento do evento em 2019.
A apresentação acontecia anualmente desde 1995 e se tornou um gigantesco evento para a marca. Para além das modelos, que ganhavam ainda mais destaque em suas carreiras, as apresentações musicais também traziam grande notoriedade para o evento, com shows de Rihanna, Justin Bieber, Lady Gaga e The Weeknd, por exemplo.
Ainda não se sabe qual será o casting completo das Angels, nome dado às modelos da Victoria’s Secrets, mas desde a volta de Campbell, Bündchen e Swanepoel, é esperado que tais referências dos anos 1990 retornem à marca.
A estreia será via streaming, no Amazon Prime Video, no dia 26 de setembro. A cantora Doja Cat será a atração principal da World Tour.
O título de supermodelo surgiu entre os anos 1980 e 1990 por John Casablancas, fundador da agência de modelos Elite. O conceito passou a destacar ainda mais as modelos e suas influências na moda e no comportamento de gerações, tornando-as tão relevantes quanto os estilistas que as vestiam.
No próximo mês, estreia a série As Supermodelos, na Apple TV+. A produção retoma os anos 1980 e 1990, quando quatro mulheres, Naomi Campbell, Cindy Crawford, Linda Evangelista e Christy Turlington de diferentes cantos do mundo se uniram em Nova York. Como já eram fenômenos em suas próprias carreiras, a magnitude que conquistaram ao se juntarem transcendeu o próprio setor.
As quatro modelos também estarão nas capas da Vogue Americana e Britânica na edição de setembro, a mais importante do ano. Os títulos irão assinar a mesma matéria de capa simultaneamente.
Porém, o quarteto não foi clicado recriando cenários dos anos 1990. "Somos mulheres, éramos mulheres na época, mas éramos mulheres jovens. Agora somos totalmente mulheres em nosso poder, em nossos corpos, sem ir a lugar nenhum, e talvez voltemos em 30 ou 40 anos novamente", disse Christy.
Na contramão desta retomada pelo padrão das décadas passadas, a Zara contratou a atriz espanhola Ángela Molina para sua mais recente campanha. Molina, de 67 anos, é considerada um símbolo do envelhecimento sem procedimentos estéticos, e aparece nas fotos da gigante espanhola com cabelos grisalhos. "Isso não é beleza. Eu vejo isso como impossível. Não me interessa. Você gostaria de ver sua avó com cara de peixe? Bem, isso", disse a atriz ao El País sobre cirurgias plásticas.
Mesmo assim, a escolha de Molina é criticada por assinar com a Zara e suas diversas questões envolvendo mão de obra mal remunerada e diversas questões que cercam as fast fashions.
Consciente sobre temas ESG, a Geração Z pode ser mais crítica do que as gerações anteriores com questões que envolvem sustentabilidade na cadeia de moda e exemplos de padrões estéticos, ainda que o mercado deslize.