Andrzej Wajda: diretor polonês se consagrou com filmes que retrataram a Polônia sob o regime comunista (Mariusz Kubik)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2016 às 10h37.
Varsóvia - O diretor de cinema Andrzej Wajda, conhecido principalmente por retratar a luta por democracia na Polônia durante meio século de governo comunista, morreu aos 90 anos de idade.
Wajda conquistou aclamação internacional por "Homem de Ferro" (1981), que conta a história do movimento anticomunista Solidariedade, e por seu antecessor subversivo, "Homem de Mármore" (1977).
Fãs, cineastas e líderes políticos usaram a internet para prestar suas homenagens logo após o anúncio de sua morte, no final do domingo.
"Todos nós descendemos de Wajda. Víamos a Polônia e nós mesmos através dele. E entendíamos melhor. Agora será mais difícil", disse o ex-primeiro-ministro polonês e atual presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, nas redes sociais.
As autoridades comunistas censuraram "Homem de Mármore", revoltadas com seu retrato da corrupção política no início do período stalinista dos anos 1950, explicitado pela queda em desgraça de um pedreiro stakhanovista.
"Homem de Ferro", que mostra as greves de 1980 que levaram à criação do sindicato Solidariedade e ao fim do comunismo, foi premiado com a Palma de Ouro do Festival Internacional de Cinema de Cannes.
Em 2000, Wajda recebeu um Oscar honorário em reconhecimento às suas cinco décadas de trabalho, tornando-se o primeiro diretor do leste europeu a ser homenageado com essa honraria.
Os filmes de Wajda também lhe renderam um Urso de Prata no Festival Internacional de Cinema de Berlim e quatro indicações ao Oscar, entre outros prêmios.