Oscar 2019 (Getty Images/Reprodução)
AFP
Publicado em 22 de fevereiro de 2019 às 16h28.
Cerca de 8.000 pessoas votaram até a terça-feira, último dia permitido para eleger quem serão os ganhadores dos Oscar, prêmios mais aguardados do cinema americano, que serão entregues no domingo, 24 de fevereiro em Hollywood. Quem são? De onde vêm? Como é organizada a votação?
Todos os eleitores dos Oscar são membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, localizada em Los Angeles. Devem ser profissionais do cinema, de uma das 17 áreas da indústria (atores, estilistas, figurinistas, editores, produtores, diretores e roteiristas, além de outros).
Os candidatos a integrar a instituição devem ser indicados por pelo menos dois membros da Academia, com exceção dos indicados ao Oscar e ganhadores da estatueta, que podem se candidatar diretamente.
Após estudar cada caso, a decisão final recai sobre o Conselho de Governadores da Academia.
Os membros da Academia desfrutaram durante muito tempo do direito ao voto vitalício, mas em 2016 ele foi limitado a um período renovável de dez anos para evitar que os profissionais que abandonem a indústria do cinema possam continuar votando durante muito tempo.
A Academia sempre tratou com reserva da lista de votantes, ainda que nada impeça que esses privilegiados falem sobre sua condição nas redes sociais ou qualquer outro âmbito.
Em 2016, após vários anos de duras críticas sobre a composição de seus membros não refletir a diversidade da sociedade, a instituição disse em entrevista à AFP que seus 6.000 membros nesse momento eram 93% brancos e 76% homens. A idade média era de 63 anos.
Nesse mesmo ano, a Academia anunciou que para 2020 prevê que a quantidade de mulheres e membros de minorias étnicas seja duplicada.
Em junho de 2016, foram convidados 683 novos membros, 41% "não brancos" e 46% mulheres. Em 2017, foram enviados 774 convites para 57 países.
A maioria dos indicados são eleitos pelos membros de sua área profissional: os atores votam em atores, os diretores em diretos e assim sucessivamente.
Certas categorias como a de melhor filme em língua estrangeira e melhor animação são objeto de uma comissão especial.
Por outro lado, todos os membros de todas as áreas podem votar no melhor filme do ano.
Em 23 das 24 categorias, quem consegue mais votos ganha.
Mas a categoria "melhor filme", o prêmio mais importante dos Oscar, é uma exceção. Desde 2009, é feita através de um complexo sistema de votação "preferencial" com várias rodadas em que participam todos os eleitores.
Cada votante deve colocar por ordem de preferência os filmes concorrentes (oito nesse ano) mas, a menos que consigam a maioria absoluta de imediato, não ganha de forma automática o filme que reúne o maior número de primeiros lugares.
Após cada rodada de votação, o último filme é eliminado e os votos dos filmes restantes são reatribuídos de acordo com a "preferência" mais alta da lista.
O resultado desse sistema é que, muitas vezes, o filme que ganha é o que acaba em segundo ou terceiro lugar no maior número de cédulas, não no topo.
"A ideia desse voto 'alternativo' era refletir os desejos do maior número de votantes, pois do contrário existia o risco de terminar com um filme que 25% das pessoas adoraram mas que o resto não suportava", explicou Ric Robertson, diretor da Academia durante a reforma de 2009.