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Veja como se deve beber com moderação

Estudo mostra que consumo de bebidas alcoólicas além do recomendável cresceu em cinco anos, aumentando o risco de doenças e acidentes

National Institute of Alcohol Abuse and Alcoholism (NIAAA), utiliza o termo "beber moderado" para se referir ao consumo com limites onde não há prejuízos ao indivíduo e sociedade (Oli Scarff/Getty Images)

National Institute of Alcohol Abuse and Alcoholism (NIAAA), utiliza o termo "beber moderado" para se referir ao consumo com limites onde não há prejuízos ao indivíduo e sociedade (Oli Scarff/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2011 às 11h20.

São Paulo - A comemoração da virada do ano sempre vem regada a muita champanhe, cerveja, destilados e outras variações de bebidas alcoólicas. Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo com as características pessoais: cada um reage de um jeito à bebida. Tudo depende do peso do indivíduo (uma estrutura física de grande porte terá uma maior resistência aos efeitos do álcool) e da capacidade de processá-lo. Independente destes fatores, a ingestão de bebida alcoólica deve ser feita com moderação e responsabilidade.

“Acreditamos que nunca é demais colocar esse assunto em discussão já que o consumo abusivo do álcool é responsável por diversas doenças como esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado), cirrose hepática (fibrose e formação de nódulos) e pancreatite (inflamação no pâncreas), além de ser o responsável por grande parte dos atos de violência e dos acidentes dos mais variados, desde trânsito até de trabalho”, afirma médico do trabalho e atuante no Programa Saúde Ativa na SulAmérica, Paulo Nadal.

Afinal, o que significa beber com moderação?

O National Institute of Alcohol Abuse and Alcoholism (NIAAA), utiliza o termo "beber moderado" para se referir ao consumo com limites onde não há prejuízos ao indivíduo e sociedade.

O impacto do consumo de álcool sobre a doença e lesões é determinado por duas dimensões: a primeira é o volume total de álcool consumido, cujos critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS) adotados como referências de beber seguro são de uma dose ao dia para as mulheres e duas doses por dia para os homens, sendo considerada uma dose 350 ml de cerveja, 90 ml de vinho ou 40 ml de destilado.


A segunda é o padrão de beber, cuja uma das principais características é o consumo excessivo episódico, também conhecido como “binge”, particularmente danoso à saúde física e mental. É considerado “binge” a ingestão de 60g de álcool num curto espaço de tempo (aproximadamente 5 doses para homens e 4 doses para mulheres).

A OMS recomenda não ingerir bebidas alcoólicas pessoas nas seguintes condições:

  • Se estiver grávida ou a amamentando.
  • Se for dirigir ou trabalhar com uma máquina.
  • Pessoas em uso de medicamentos.
  • Portadoras de doença do fígado ou pressão alta.
  • Dependência alcoólica.
  • Presença de tremores pela manhã durante os períodos de ingestão excessiva de álcool.
  • Menores de 18 anos de idade.
  • História de dependência de álcool ou outras drogas no passado.

Alguns números reforçam esta preocupação. Dados apresentados no I Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira, desenvolvido pelo Governo Federal, apontam que cerca de 45% dos brasileiros adultos que bebem tiveram pelo menos um problema relacionado ao álcool, mais prevalente entre homens (58% homens; 26% mulheres) e mais comuns na região Centro-Oeste.

O mesmo levantamento aponta que, dentre os indivíduos que consumiram álcool nos últimos 12 meses, 1.152 pessoas, sendo 599 homens e 553 mulheres, dirigiram em seguida. “A ingestão de álcool, mesmo em pequenas quantidades, diminui a coordenação motora e os reflexos, comprometendo a capacidade de dirigir veículos, ou operar outras máquinas”, conclui.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), no início de 2011, divulgou as informações em um relatório global sobre saúde e consumo de álcool, com dados referentes até o ano de 2005 e adverte que o uso abusivo de álcool provoca 2,5 milhões de mortes todos os anos e, aproximadamente 320 mil jovens entre 15 e 29 anos de idade morrem de causas relacionadas ao consumo de álcool, representando 9% da mortalidade nessa faixa etária.

Mesmo sem ser dependente do álcool, uma pessoa que o utiliza sem moderação pode ter complicações tão ou mais sérias que os alcoólatras.

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