Remédios: estudo encomendado pelo Pentágono mostrou que mais de 90% das drogas investigadas estavam perfeitamente boas para uso até 15 anos da data de validade (©afp.com / Manjunath Kiran)
Da Redação
Publicado em 9 de janeiro de 2013 às 12h18.
São Paulo - Pense que você está com uma dor de cabeça lancinante. Corre à sua farmácia caseira atrás de um analgésico e constata que a data de validade do medicamento está vencida há dois anos. Você o tomaria ou não? E se decidir tomar a droga, será um erro fatal ou você simplesmente continuará com sua dor de cabeça?
Segundo o dentista Julio Sá Ferreira, introdutor da Osseointegração no Brasil e Conferencista Internacional, com publicações em periódicos especializados e capítulos de livros, a a data de validade (data de expiração) está lá por alguma razão. Provavelmente não pela que você pensou. A Harvard Medical School através de seu site oficial, na seção Family Health Guide, comenta o importante assunto trazendo-nos preciosas informações
Desde que uma lei passou no congresso americano em 1979, os fabricantes de drogas daquele país têm que estampar a data de validade em seus produtos. Essa é a data que o fabricante coloca como limite para garantir a potência e a segurança total da droga.
Segundo o especialista, é preciso ficar atento à informação a seguir: as Forças Armadas Americanas (leia-se Pentágono) encomendaram ao poderoso Food and Drug Admnistration (FDA) um estudo sob sua condução, sobre a data de validade das drogas. Com um imenso e caríssimo estoque de medicamentos, os militares tinham que descartar e repor uma enorme quantidade de drogas todos os anos.
"O que eles descobriram no estudo foi que mais de 90% das mais de 100 drogas investigadas, estavam perfeitamente boas para uso até 15 anos da data de validade.Então, a data de validade não indica realmente um ponto a partir do qual a medicação não é mais efetiva ou é insegura para ser usada", afirma o dentista.
Para o Ferreira, as autoridades médicas americanas declaram que drogas expiradas são seguras para serem tomadas, mesmo aquelas expiradas anos atrás. Uma rara exceção pode ser a tetraciclina, mas ainda há controvérsia entre os pesquisadores.
"É uma verdade que a efetividade de uma droga pode diminuir com o tempo, mas a maioria de sua potência original ainda estará lá mesmo uma década depois. Excluindo a nitroglicerina, insulina e antibióticos líquidos, a maior parte dos medicamentos duram tanto quanto as estudadas para resolver o problema das Forças Armadas Americanas.
Outra grande verdade, é que se colocarmos os medicamentos em lugar frio, como nosso refrigerador, isso ajudará para que as drogas continuem potentes por muitos anos. Devem ser colocadas em uma dessas embalagens plásticas lacradas, bem alto, longe do alcance de crianças", coloca Ferreira.
A partir dessas informações veiculadas pela Harvard Medical School, de acordo com Ferreira, podemos conjecturar então que a data de expiração dos medicamentos deveria ser estendida pelos prazos mais seguros, descobertos pelo importante e esclarecedor estudo.
"Provavelmente a resposta dos fabricantes seja mesmo que as datas de validade são assim tão conservadoras para que os laboratórios possam garantir que suas drogas são 100% efetivas. E que são despendidos, constantemente, muitas centenas de milhões de dólares na pesquisa de novos medicamentos, para centenas de enfermidades que acometem os seres humanos e os animais, portanto o descarte é razoável", completa o dentista. "Conjecturas à parte, num assunto tão sério creio que o sentido comum deve prevalecer: vale repetir que devemos manter nossos medicamentos na geladeira, em estojo próprio e seguro, em lugar alto (longe do alcance das crianças). E se é muito importante que seu medicamento seja absolutamente 100% efetivo, considere comprar um novo."