Um em cada quatro adolescentes corre o risco de sofrer perda auditiva precoce como consequência do uso de tocadores de MP3 (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de janeiro de 2012 às 10h04.
São Paulo - Estudo da Universidade Tel Aviv (Israel), divulgado na revista científica International Journal of Audiology, revela que um em cada quatro adolescentes corre o risco de sofrer perda auditiva precoce como consequência do uso de tocadores de MP3.
Os cientistas israelenses analisaram os hábitos de jovens ao ouvir música e mediram os níveis de volume. Os resultados comprovaram o que médicos e especialistas já vêm alertando: iPods e outros dispositivos de MP3 podem ter efeitos nocivos à audição, no longo prazo.
“O nível de barulho diretamente em nossos ouvidos tem grande impacto. É preciso respeitar os limites de decibéis recomendados por especialistas, em beneficio da própria saúde. A exposição contínua a níveis de ruído superiores a 85 decibéis pode causar perda progressiva da audição”, afirma a fonoaudióloga Marcella Vidal.
A primeira fase do estudo incluiu 289 participantes com idades entre 13 e 17 anos, que relataram o volume e a duração do uso dos aparelhos. Na segunda fase, foram feitos exames de audição em 74 desses jovens. Os resultados preocupam. Cerca de 80% dos jovens usam aparelhos de MP3 regularmente. Destes, 20%, utilizam o aparelho por mais de uma hora e menos de quatro horas. E 8% dos jovens ultrapassam o limite das quatro horas.
“Por meio dos fones desses aparelhos, o som alto atinge diretamente os ouvidos. A tendência é de perda de audição em médio e longo prazo, dependendo do volume em que escutam música e do tempo de exposição ao barulho”, explica a fonoaudióloga Marcella Vidal.
"Em dez ou 20 anos já será muito tarde. Uma geração inteira estará sofrendo de problemas auditivos muito mais cedo que o esperado por conta do envelhecimento natural", lembra a coordenadora da pesquisa, Chava Muchnik. Ela prevê que pessoas com 30 ou 40 anos de idade já serão diagnosticadas com problemas de audição – bem mais precocemente que nas gerações anteriores.
Marcella Vidal, da Telex, recomenda a quem já tem alguma dificuldade auditiva que procure um especialista o mais rápido possível. Muitas vezes, o uso de aparelho auditivo resolve o problema. Ela sugere, ainda, a adoção de programas educativos nas escolas para informar crianças e adolescentes, bem como suas famílias, dos riscos que o volume de som elevado pode causar à audição, ao longo do tempo.