Villiger anunciou saída, mas não revelou se foi demitido ou se está deixando suas funções na entidade por decisão de Infantino (Catherine Ivill/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 20 de agosto de 2018 às 14h29.
Zurique - Último remanescente da era Blatter, o advogado Marco Villiger anunciou nesta segunda-feira sua saída da Fifa. O suíço de 43 anos estava na entidade máxima do futebol mundial desde 2002 e liderava o departamento jurídico durante a maior parte da gestão de Joseph Blatter. Com o presidente Gianni Infantino, ele ocupava cargo ainda mais elevado: era o vice-secretário-geral, sendo o terceiro na linha de comando da Fifa.
Villiger anunciou saída em comunicado no qual não revela se foi demitido ou se está deixando suas funções na entidade por decisão de Infantino. "O momento para mim é de virar a página em busca de um novo capítulo, procurando por novos desafios", declarou o advogado, sem dar maiores detalhe sobre sua saída e o seu futuro.
Segundo o jornal The New York Times, a saída se deve a mudanças que vem sendo promovidas por Infantino em diversas áreas da entidade, incluindo a cúpula. Aos poucos, o presidente vem trocando os nomes em sua gestão para se afastar das polêmicas e denúncias que marcaram a gestão anterior.
Villiger, por sinal, foi o último da gestão Blatter a deixar a Fifa. Discreto, ele foi mantido no cargo apesar das denúncias de corrupção na entidade, que culminaram no escândalo de maio de 2015, quando sete altos dirigentes do futebol mundial foram presos, em Zurique.
Seu nome passou em branco em meio a denúncias que atingiram altos nomes da gestão, como o próprio Blatter e o então secretário-geral Jérôme Valcke, ambos suspensos do futebol. Liderando o departamento jurídico da Fifa, Villiger supervisionou alguns dos milionários contratos da entidade com patrocinadores e empresas de comunicação que foram investigados por autoridades dos Estados Unidos e da Suíça.
Ele foi o responsável por liderar a defesa da Fifa nos casos de corrupção. Sob o seu comando, a entidade contratou a firma Quinn Emanuel Urquhart & Sullivan para coordenar e efetuar a defesa durante a maior crise institucional da história da Fifa.
Como as denúncias e suspeitas não respingaram em sua imagem, o advogado suíço não apenas permaneceu na Fifa como foi promovido por Infantino assim que a nova gestão assumiu o comando da entidade.