Floyd Mayweather após vencer a 'luta do século' contra o rival Manny Pacquiao (REUTERS/Steve Marcus)
Da Redação
Publicado em 3 de maio de 2015 às 18h23.
Las Vegas - O dia seguinte a chamada "Luta do Século", disputada na noite deste sábado (hora local), em Las Vegas, por Floyd Mayweather Jr. e Manny Pacquiao, com vitória do americano, está sendo de muitas críticas, frustração e decepção pelo que estaria se tornando o boxe.
Sem considerar os fatores econômicos, anteriormente explorado pela imprensa mundial, com recordes de arrecadação e até com cobrança de ingresso para pesagem, a avaliação esportiva da disputa de cinturão foi negativa.
Um dos primeiros "golpes" foi o anúncio do promotor Bob Arum, de que Pacquiao lutaria com uma lesão no ombro direito, o que claramente limitou os movimentos do filipino. Por erro de documentação do 'staff' do lutador, não foi autorizada a aplicação de antinflamatórios no local.
O presidente da Comissão Atlética de Nevada, Francisco Aguilar, responsável por negar a chamada "infiltração" em Pacquiao, culpou a equipe do atleta pela rejeição do pedido, já que, teria sido informado do problema físico apenas horas antes da luta.
"Os remédios que ele estava tomando, foram revelados em seu relatório médico, mas não a lesão. Esta não é nossa primeira luta, é o que fazemos sempre. Existe um processo, se tentam burlá-lo, as coisas não correrão bem", disse Aguilar.
Este é mais um vestígio que serve para apontar a possibilidade de uma revanche no futuro, algo tão debatido como a própria luta, que era inédita. Na coletiva após a luta, o próprio Mayweather Jr. reclamou da insistência de jornalistas no assunto.
Alheio a tudo isso, o americano levou a melhor, conquistando bolsa de US$ 200 milhões, além de um cinturão de esmeraldas e diamantes, avaliado em US$ 1 milhão, feito especialmente para a luta.
Mayweather Jr. preferiu não falar de seus planos de despedida já para setembro. Segundo o boxeador, este é um assunto que só cabe a ele e sua equipe.
Além de aumentar a nada modesta conta bancária, o americano unificou os cinturores dos meio-médios do Conselho Mundial de Boxe e o dos médio-ligeiros da Associação Mundial de Boxe, que já eram dele, com o dos meio-médios da Organização Mundial de Boxe, que estava com Pacquiao.
Logo depois de vencer o confronto, o grande vencedor da "Luta do Século" anunciou que poderá, amanhã, renunciar a todos os cinturões, fazendo lutas que não valham mais título, tornando o confronto realizado em Las Vegas ainda mais controverso.
Dois ex-campeões dos pesos pesados, Mike Tyson e Evander Holyfield foram dois dos que questionaram o confronto, com o primeiro dizendo que foi uma luta fraca, e o segundo questionando a decisão dos juízes, que para ele, deveriam ter declarado Pacquiao vencedor por pontos.
Ambos concordaram que o boxe foi o "grande derrotado" da noite, principalmente pelo apelido exagerado que o confronto ganhou. Para os veteranos, a noite foi um desperdício na chance de recuperar o protagonismo da modalidade. EFE