Duquesa filmou cinco crianças de forma clandestina (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de janeiro de 2012 às 18h12.
Ancara - A Procuradoria de Ancara, capital da Turquia, acusou nesta quinta-feira Sarah Ferguson, duquesa de York, de crimes contra o direito à privacidade na infância, pelo qual o órgão pede uma pena de sete a 22 anos de prisão.
Os serviços sociais turcos e as instituições de cuidado infantil moveram a demanda contra Sarah por ela ter entrado sem se identificar em orfanatos e institutos para pessoas com necessidades especiais e filmar cinco crianças de forma clandestina, o que teria violado a privacidade delas, informou a agência pública de notícias 'Anadolu'.
As imagens feitas com câmera escondida para um documentário de denúncia das precárias condições dos orfanatos e institutos para pessoas com deficiência na Turquia foram gravadas pela duquesa de York em setembro de 2008 e transmitidas em um canal privado britânico pouco tempo depois.
O documentário mostrava as condições desoladoras dessas instalações, onde algumas crianças estavam amarradas às camas e outras com deficiência apareciam sobre colchões estendidos no chão, sem receber atenção.
Durante a investigação, a Justiça turca solicitou de forma infrutífera a cooperação das autoridades britânicas, que alegaram que atender às demandas turcas danificaria a soberania e a segurança do Reino Unido.
A Procuradoria alega que a duquesa infringiu o artigo 22 da Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e o artigo 134 do Código Penal turco, que define a violação da privacidade dos menores pelos meios de comunicação.
Como é acusada de violar a privacidade de cinco menores de idade, a pena prevista se aplica cinco vezes, o que poderia condená-la de sete anos e seis meses a 22 anos e seis meses de prisão, se considerada culpada.
O documentário causou grande mal-estar no governo turco, que chegou a acusar a duquesa de York - ativista de defesa dos direitos das crianças e produtora de vídeos - de querer manchar a imagem internacional do país e de prejudicar sua candidatura de entrada na União Europeia (UE).
O restante do processo judicial e o julgamento, caso a denúncia seja aceita, seriam realizados à revelia, isto é, com a ausência da duquesa, dado a falta de colaboração da Justiça britânica.