Mary Hart, de True Detective: série é o que já se conhece como versão limitada (Reprodução/YouTube)
Da Redação
Publicado em 24 de agosto de 2014 às 15h45.
Los Angeles - A 66ª cerimônia do prêmio Emmy, considerado o Oscar da televisão, confrontará na segunda-feira dois modelos bem-sucedidos de ficção, uma queda de braço que alcançará sua máxima expressão na disputa entre "Breaking Bad" e "True Detective" pelo título de melhor série dramática.
"Breaking Bad" buscará reeditar o triunfo que conseguiu no Emmy em 2013 quando se consagrou como o drama do ano, e fará isso com um argumento de peso: o esperado desenlace da história sobre um professor de química que se torna traficante.
A viagem de "Breaking Bad" chegou a seu fim em setembro do ano passado após cinco temporadas nas quais o programa foi de menos a mais até "cozinhar" um produto que deixou "viciados" tanto a crítica como o público.
Essa seria uma vitória fácil no Emmy de 2014 se não fosse pela irrupção, inesperada pode dizer-se, de "True Detective", uma minissérie que, por tecnicismos e pela ambição de seus criadores, se postulou para lutar pelo prêmio de melhor série dramática.
"True Detective" é o que já se conhece como série de versão limitada (limited séries), uma forma reciclada e com mais gancho comercial de denominar às mal afamadas minisséries, e na qual participa um elenco de primeira linha com um roteiro e uma estética cinematográfica.
Seu principal traço distintivo é sua curta duração - as tramas foram desenvolvidas para caber em menos de 10 capítulos e em uma única temporada.
Desde sua estreia em janeiro, os misteriosos assassinatos rituais de "True Detective" são o fenômeno televisivo do ano e deixaram marcas em Hollywood, onde se cita esta série do canal "HBO" como o exemplo a ser seguido.
Os especialistas concordam que "True Detective" teria vencido sem problemas o Emmy de melhor minissérie e as respectivas categorias interpretativas se tivesse se candidatado como tal, mas a "HBO", que não ganha na categoria de melhor série desde o final de "Os Sopranos" (2007), considerou que "True Detective" podia alçar voos maiores.
Será preciso esperar até segunda-feira para saber se a "HBO" jogou bem suas cartas. Por enquanto, os analistas consultados pelo Gold Derby, um portal especializado em prêmios de entretenimento do jornal "Los Angeles Times", se mostram inclinados de forma unânime por "Breaking Bad".
"True Detective" parece favorito para impor-se a "Breaking Bad" na categoria de melhor ator dramático (Matthew Mcconaughey), e em melhor direção, mas em questão de roteiro a balança se decanta por "Breaking Bad", que também tem muitas chances de levar o prêmio de melhor atriz coadjuvante (Anna Gunn) e melhor ator coadjuvante (Aaron Paul).
A ausência de "True Detective" na categoria de minissérie foi, sem dúvida, uma grande notícia para o canal "FX" e sua aplaudida versão televisiva do filme "Fargo", que tem todas as chances para levar não só esse, mas todos os prêmios de atuação da categoria.
Essa edição dos Emmy também poderia marcar o fim do domínio de "Modern Family" e dar ao serviço de TV por internet do Netflix sua primeira grande vitória nestes prêmios se finalmente "Orange is the New Black" ganhar como melhor comédia.
Já o prêmio de melhor telefilme poderia ir parar, segundo os especialistas, com "The Normal Heart".
Além das estatuetas, a Academia da Televisão dos Estados Unidos preparou, sob a batuta de Billy Crystal, uma homenagem a Robin Williams, que foi encontrado morto em seu apartamento no início desse mês.
A festa será conduzida por Seth Meyers e contará com uma longa lista de apresentadores, entre eles Sofia Vergara, Halle Berry, Bryan Cranston, Zooey Deschanel, Julia Louis-Dreyfus, Woody Harrelson, Matthew Mcconaughey, Jim Parsons, Julia Roberts e Kerry Washington.