Olimpíada no Rio de Janeiro: encontro de famílias (Joe Scarnici/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 6 de agosto de 2016 às 15h30.
Trigêmeas na maratona, uma mãe e um filho na competição de tiro e um casal de mulheres no hóquei sobre grama: os Jogos Olímpicos costumam ter histórias de famílias, mas na Rio-2016 haverá parentescos singulares, que acrescentam novos capítulos à história humana do evento.
Os primeiros Jogos na América do Sul serão também os primeiros a contar com uma mãe e um filho competindo juntos no mesmo esporte e na mesma modalidade. Eles vêm da Geórgia e são a campeã Nino Salukvadze, de 47 anos, que participa pela oitava vez dos Jogos Olímpicos e que ganhou um ouro e uma prata em Seul-1988, e seu filho Tsotne, de 18 anos.
"A família é a coisa mais importante na vida de todos e compartilhar algo tão único e tão importante com a minha família é uma conquista incrível. É algo que desejo a todos os atletas, no tiro e em qualquer outro esporte", declarou Tsotne em uma entrevista à revista da Federação Nacional de Tiro.
Na equipe argentina de vela, Santiago Lange (modalidade Nacra 17), bronze olímpico em 2004 e 2008, voltará a competir, ainda que desta vez acompanhado por seus filhos Yago e Klaus, que participarão da modalidade 49er.
A Rio-2016 também será uma festa para a família Grael graças à vela. A regatista Martine e seu irmão Marco competirão em provas diferentes (49er FX e 49er), contando com seu pai Torben como treinador-chefe.
Igualmente histórica será a participação de Kate e Helen Richardson-Walsh no hóquei sobre grama, um casal de mulheres que defenderá as cores da Grã-Bretanha. Elas estão juntas desde 2008 e, em 2012, conquistaram a medalha de bronze, mas ainda sem estarem casadas.
O casamento ocorreu em 2013 e toda a equipe participou da festa.
"Éramos amigas, mas não íntimas. Mas de repente surgiu, criou-se uma forte conexão emocional entre a gente", contou Helen à imprensa de seu país au relembrar de sua história de amor.
Irmãos nos esportes
As estonianas Leila, Liina e Lily Luik, ex-dançarinas de hip hop e competidoras de maratona, também se preparam pra escrever uma página na história das Olimpíadas: trigêmeas que não aspiram à medalha e que se apaixonaram por correr nos verões que passavam na fazenda de seus avós.
Mais conhecidas e com mais chances de medalha estarão as irmãs tenistas Serena e Venus Williams. A primeira delas, número 1 do ranking feminino, aspira o segundo ouro seguido na categoria individual após Londres-2012.
Mas faria história com um quarto ouro em duplas femininas, com sua irmã Venus, com a qual conquistou os títulos em Sidney-2000, Pequim-2008 e Londres-2012.
A rivalidade entre irmãs chega também à piscina olímpica: as australianas Cate e Bronte Campbell, duas das grandes figuras dos 100m estilo livre.
Bronte, a mais nova, é a atual campeã mundial da prova, mas Cate bateu, no mês passado, o recorde mundial (52.06).
"Acredito que seja muito diferente entre Serena e Venus", afirmou Bronte na terça-feira no Rio. "Pensava que meu pai estivesse brincando. Não acreditei que estava dizendo a verdade", admitiu sobre o momento em que lhe disseram que sua irmã Cate havia batido o recorde mundial.
Entre os 76 pentatletas inscritos para a Rio-2016 haverá mais três duplas de irmãos: os egípcios Amaro e Omar El Geziry, as americanas Isabella e Margaux Isaken e os australianos Chloe e Max Esposito.
Amor na Vila Olímpica
No pentatlo competirão também o argentino Emmanuel Zapata e sua esposa, a ucraniana nacionalizada argentina Iryna Kokhlova.
Os irmãos Foglia, Alejandro e Mariana, fazem parte da equipe uruguaia de vela. Mariana compartilha também a equipe no Rio com seu marido, Pablo Defazio.
Erick Barrondo, guatemalteco destaque da marcha atlética desde sua prata histórica em Londres-2012, buscará novamente subir ao pódio. Na prova feminina dessa modalidade estará sua esposa, Mirna Ortiz.
Nesse mesmo esporte também estará outro casal latino-americano, ainda que defendendo países diferentes: o equatoriano Andrés Chocho e a brasileira Erica de Sena, que competirá em casa, mas que se mudou para Cuenca (Equador) por amor em 2011, onde vive e treina com Chocho.
"Andrés é meu namorado e meu treinador. É um país que me recebeu muito bem e que me deu muitas coisas. Quero ficar no Equador por muitos anos, não quero ir embora", contou à AFP após ficar em sexto lugar, há um ano, nos 20km da Marcha Mundial de Pequim.