Ambientalistas anunciaram que sete diabos da Tasmânia nasceram Austrália continental, depois de cerca de 3 mil anos. A equipe busca reintroduzir a espécie como parte de um projeto 'histórico' (Reprodução/AFP)
GabrielJusto
Publicado em 25 de maio de 2021 às 17h17.
Última atualização em 25 de maio de 2021 às 17h53.
Os diabos-da-tasmânia (ou demônios-da-tasmânia) em estado selvagem desapareceram da parte continental da Austrália há cerca de 3.000 anos, mas grupos conservacionistas anunciaram, nesta terça-feira, 25, que exemplares destes marsupiais reintroduzidos se reproduziram em estado natural. Estes nascimentos trazem a esperança de que o esforço para sua preservação seja bem-sucedido.
Aussie Ark e outros grupos conservacionistas revelaram que sete desses mamíferos carnívoros nasceram em uma reserva selvagem de 400 hectares, em Barrington Tops, ao norte de Sydney. A notícia chega menos de um ano depois que 26 exemplares adultos foram soltos no extenso santuário, que é cercado para protegê-los. Os conservacionistas classificaram este projeto como "histórico", similar ao retorno bem-sucedido dos lobos ao Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos, na década de 1990.
"Uma vez que [os demônios] estavam de volta à selva, tudo dependia deles, o que era angustiante", comenta o presidente da Aussie Ark, Tim Faulkner. "Ficávamos observando-os de longe até que chegou a hora de agir para confirmar o nascimento dos nossos primeiros filhotes selvagens. Foi um grande momento!", comemorou.
Os guardas florestais examinaram as bolsas (ou marsúpios) das fêmeas e encontraram os filhotes em "perfeito estado de saúde".
Os diabos-da-tasmânia pesam até 8 quilos e têm pêlo preto ou marrom. Alimentam-se de outros animais de seu ambiente, ou de cadáveres. Em geral, não são perigosos para os humanos. Na Austrália continental, especula-se que eles tenham sido exterminados por matilhas de dingos (cães selvagens), há cerca de 3.000 anos.
Conhecidos por seu forte rugido, pelas mandíbulas poderosas e por sua ferocidade ao enfrentar adversários, seja por comida, seja por parceiros, os demônios são classificados como um espécie em perigo de extinção. Calcula-se que cerca de 25.000 deles ainda vivam na ilha da Tasmânia.
A Aussie Ark pretende soltar mais diabos-da-tasmânia na reserva, nos próximos anos, junto com outras espécies. O objetivo é introduzi-los, posteriormente, em áreas sem cercas, onde enfrentarão um maior número de ameaças e perigos.
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