Felicidade: o que pode te fazer tão feliz quanto ganhar dinheiro? (Klaus Vedfelt/Getty Images)
Mariana Martucci
Publicado em 26 de agosto de 2020 às 20h30.
Quando você é funcionário de alguma empresa ou estabelecimento, quem decide sua rotina e seu salário — na maior parte das vezes — é o seu chefe. Você pode até trabalhar mais horas, mas, no curto prazo, talvez não ganhe mais dinheiro. Os empreendedores, por outro lado, enfrentam um dilema constante: temos sempre tempo livre para trabalhar mais na esperança de ganhar mais dinheiro. Mas, isso é o ideal?
A chave para encontrar o equilíbrio é ter sempre em mente o que você está realmente em busca. Dinheiro e sucesso não fazem sentido algum sozinhos. Nós os perseguimos não porque um grande saldo bancário ou um currículo impressionante seja incrível, mas porque acreditamos que essas duas coisas nos deixarão mais felizes e realizados.
Até certo ponto, isso tem um fundo de verdade. A ideia não é excluir o fato de que a falta de dinheiro é uma situação estressante e desagradável. Mas, quando você atinge um ponto de estabilidade financeira, a ciência mostra que não há uma relação linear entre mais dinheiro igual mais felicidade. Na verdade, muitos estudos mostram que outras coisas têm um impacto muito maior em sua felicidade do que mais uma hora no escritório.
Grande parte da América Latina está materialmente muito pior do que a América do Norte, por exemplo. Mas, pesquisadores descobriram que os latino-americanos relatam estar muito mais felizes do que suas circunstâncias econômicas parecem prever. O que está acontecendo?
Como explica este vídeo da Universidade de Berkeley, os cientistas acham que a resposta está nos relacionamentos. A cultura latino-americana coloca muito mais ênfase em estar junto com seus entes queridos e, às vezes, restringir suas próprias preferências para fazer o outro feliz. Desta forma, a pesquisa destaca que desistir de alguma ambição material em favor de um relacionamento, não necessariamente amoroso, pode resultar em um maior bem-estar.
As pessoas, muitas vezes, sacrificam sua saúde física em busca de seus sonhos. Nos primeiros dias frenéticos de uma empresa, isso pode ser inevitável, mas pesquisas em Yale sugerem que você deve repensar essa postura. O estudo descobriu que exercícios regulares farão você se sentir tão bem quanto um acréscimo anual de R$ 138,9 mil na conta bancária. Em um país como o Brasil, onde a média salarial não chega a R$ 30 mil por ano, isso não parece uma má ideia.
Ter trajetos mais curtos no dia a dia também é um importante passo para deixar as pessoas felizes. Um estudo britânico mostrou que a cada 20 minutos adicionais ao seu deslocamento diário é equivalente a um corte de 19% no salário em relação a perda de felicidade.