Uma segunda turnê que percorrerá capitais com convidados especiais, além da participação dos titãs dissidentes Charles Gavin, Nando Reis e Arnaldo Antunes (Divulgação/Veja Rio)
Da Redação
Publicado em 6 de março de 2012 às 11h19.
São Paulo - Naquele abril de 1986, o estúdio Nas Nuvens, do produtor Liminha no Rio de Janeiro, estremeceu com uma barulheira vinda de São Paulo. Era o punk de oito malucos de roupas pretas e cabelos esquisitos, que respondiam pelo nome de Titãs. E pensar que, um mês antes de os coturnos e as guitarras cheias de distorções invadirem o estúdio, o Paralamas do Sucesso havia gravado lá Selvagem?, disco essencial na discografia da banda - e no rock nacional. Na ocasião, o clima era outro, bem praiano, reforçado pelas influências de ska e reggae do trio de Herbert Vianna.
Depois do álbum Televisão (1985), o octeto criaria naquele ambiente pouco condizente com seu visual - Branco Mello, por exemplo, praticamente cozinhava em seu paletó de lã - o disco Cabeça Dinossauro, tão seminal para a música brasileira quanto Selvagem?. Revisitando esse disco na íntegra, o Titãs, atualmente formado por Branco Mello (baixo), Paulo Miklos (guitarra base), Sérgio Britto (teclados) e Tony Bellotto (guitarra solo) - e com Mário Fabre na bateria desde a saída de Charles Gavin, em 2010 -, participa do projeto Álbum, do Sesc Belenzinho, com sete datas de shows. Os 3,5 mil ingressos disponíveis para os dias 8, 9, 10, 14, 15, 16 e 17 de março (500 por dia) se esgotaram em poucas horas, na quinta-feira.
É um começo promissor para a comemoração dos 30 anos de carreira da banda. O ano de 2012 será titânico. A turnê do Cabeça Dinossauro será levada para outras cidades do Brasil e se estenderá por todo o primeiro semestre do ano. Só será interrompida pela participação deles no Rock in Rio Lisboa, em maio, novamente ao lado da banda portuguesa Xutos & Pontapés, para reeditar a roqueira apresentação realizada no mesmo festival, na edição carioca de setembro do ano passado. Aquele encontro no Rio, aliás, ganhará um DVD pelo selo MVA, que deve ser lançado em maio simultaneamente no Brasil e em Portugal. “Temos uma mesma banda inspiradora, que é o The Clash”, diz Bellotto. “Já fizemos turnê com os caras em 87 e 88, abrimos shows deles.”
Ainda dentro das celebrações, no segundo semestre, a cereja do bolo virá com uma turnê que percorrerá algumas capitais, com convidados especiais, além da participação dos titãs dissidentes Charles Gavin, Nando Reis e Arnaldo Antunes. “O show do Cabeça é só um pontapé inicial. Estamos trabalhando bastante para fazer ótimos shows de 30 anos. Talvez até vire um DVD”, afirma Miklos. As informações são do Jornal da Tarde.