Cena do filme 'Titanic' (1997) de James Cameron (Reprodução/YouTube)
Agência de notícias
Publicado em 16 de fevereiro de 2023 às 11h56.
Imagens raras e inéditas dos destroços do Titanic foram divulgadas na quarta-feira, 15, pelo Instituto Oceanográfico de Woods Hole (Whoi) dos Estados Unidos. A Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI) é uma ONG dedicada à exploração, pesquisa e educação sobre o oceano. O vídeo com imagens inéditas do navio Titanic foi divulgado em meio à comemoração dos 25 anos do lançamento do filme Titanic nos cinemas - e traz partes nunca antes disponibilizadas ao público. O vídeo foi gravado em 1986 e é a primeira filmagem feita do transatlântico após o naufrágio.
O Titanic, considerado quase indestrutível quando foi construído atingiu um iceberg em 14 de abril de 1912, no Oceano Atlântico, enquanto fazia sua viagem inaugural de Southampton, na Inglaterra, para Nova York, nos Estados Unidos. Mais de 1.500 pessoas morreram no naufrágio.
Os esforços para encontrar a embarcação começaram quase imediatamente após o acidente, mas as limitações técnicas, bem como a vasta extensão da área de busca no Atlântico Norte, impossibilitaram a localização dos destroços.
Foi apenas em 1985 que uma equipe da Whoi e do Instituto Nacional de Oceanografia da França descobriu o navio afundado a quase 4 quilômetros da superfície no sudeste do Canadá. Registradas durante 11 mergulhos realizados pela equipe em julho de 1986, as imagens foram feitas por câmeras em um submergível tripulado e por uma pequena embarcação operada remotamente que manobrava em espaços apertados.
"Mais de um século após a perda do Titanic, as histórias humanas incorporadas no grande navio continuam a ressoar", disse James Cameron, que dirigiu o filme inspirado na história do naufrágio, em comunicado. "Ao liberar esta filmagem, a Whoi está ajudando a contar uma parte importante de uma história que atravessa gerações e circula o mundo."
A gravação completa tem 80 minutos e foi disponibilizada na íntegra no YouTube.
Robert Ballard liderou a equipe de investigadores responsável por descobrir os destroços do Titanic em 1985 e contou que, na ocasião, ficou impressionado com o tamanho da embarcação. "A primeira coisa que vi saindo da escuridão a 30 pés [9 metros] foi esta parede, esta parede gigante de aço rebitado que se erguia por mais de 100 e alguns pés [30 metros] acima de nós", afirmou o pesquisador em entrevista, segundo a Associated Press.
Ballard contou que não havia mais carne ou ossos humanos na área do naufrágio. Ainda assim, ver sapatos, incluindo calçados do que pareciam ser uma mãe e um bebê, foi marcante para a equipe. "Fizemos um pequeno serviço memorial para todos aqueles que morreram", contou Ballard.
O filme Titanic voltou aos cinemas no começo do mês, em comemoração aos 25 anos de seu lançamento, em uma versão 3D 4K HDR remasterizada. (Com agências internacionais).