Lewis Hamilton no GP da Austrália, treino de sexta-feira (15/03/2019) (Charles Coates/Getty Images)
Anderson Figo
Publicado em 15 de março de 2019 às 12h21.
Última atualização em 15 de março de 2019 às 12h35.
Depois de dominar a pré-temporada em duas semanas em Barcelona, a Ferrari esteve no centro das atenções na véspera do GP da Austrália de Fórmula 1, que abre neste domingo o campeonato 2019. Mas foi justamente a Mercedes, que é a única campeã na categoria desde 2014, que dominou os treinos livres, com Lewis Hamilton em primeiro e seu companheiro de equipe, Valtteri Bottas em segundo. Os dois foram quase um segundo superiores a Red Bull e a Ferrari.
Mas será que o time alemão escondeu o jogo nos testes na Espanha ou o time italiano que não mostrou toda a sua força ainda na Austrália? Um pouco dos dois, como comenta Charles Leclerc, o novo piloto da Ferrari em 2019 – ele foi contratado após ser a grande revelação do ano passado, na Sauber. “Foi só o primeiro dia de treinos, a pista melhora muito a cada sessão, pois Albert Park é um circuito urbano, onde não há corridas ao longo do ano, e as condições melhoras significativamente a cada dia”, explicou o monegasco.
Mesmo ainda sem boas referências, o primeiro dia de treinos oficiais da F1 em 2019 já serviu para tirar algumas conclusões: a briga pelo título deve ser mais uma vez concentrada entre Mercedes e Ferrari, mas a Red Bull mostrou força com seu novo motor Honda. Max Verstappen fez o terceiro melhor tempo e pode ser um intruso na briga da vitória.
Já as outras equipes, a exemplo do ano passado, terão mesmo que se contentar com o título da “F1 B”. A mais de um segundo da terceira colocada, aparecem forte as equipes Renault, Haas e Alfa Romeo – a antiga Sauber que mostrou bom desempenho nos treinos de hoje com o campeão mundial Kimi Raikkonen. “Ele está tão motivado quanto na época da Ferrari”, contou Josef Leberer, que trabalha no time – e que trabalhou com pilotos como Ayrton Senna.
Em entrevista exclusiva a EXAME VIP em Melbourne, o experiente austríaco também aponta Leclerc como futura estrela da F1. “Desde Ayrton (Senna), ninguém mais me impressionou tanto na força mental de um piloto como ele. Tenho certeza de que fará sucesso na Ferrari”, completou.
Outra certeza na temporada veio do péssimo rendimento da Williams. A multicampeã dos anos 1990 agoniza para colocar seus carros no grid e amargou as duas últimas colocações nas duas sessões de treinos hoje em Melrboune, com Robert Kubica e o estreante George Russell.
Ontem, questionado junto a outros quatro pilotos na coletiva de imprensa da FIA sobre a importância do ponto que passa a ser dado para quem fizer a melhor volta, Kubica respondeu com uma sinceridade ímpar: “para nós, na Wiliams, isso não importa nem um pouco”, disse, dando o gatilho para risadas na sala de imprensa. Infelizmente, o time inglês deve mesmo ser o lanterna da temporada 2019 da F1.