Vive-se com a incômoda sensação de que as 24 horas do dia são insuficientes para a montanha de afazeres que só tende a espichar (Stock.XCHNG)
Da Redação
Publicado em 5 de novembro de 2012 às 13h17.
São Paulo - "Enquanto o tempo acelera e pede pressa, eu me recuso, faço hora, vou na valsa." O ato de rebeldia manifesto na canção Paciência, composta pelo músico pernambucano Lenine, ainda é para poucos. No Ocidente, sobretudo nas grandes cidades, a maioria das pessoas responde à pressa com mais pressa. E, assim, o culto da velocidade se retroalimenta, constituindo um dos males da atualidade.
Vive-se com a incômoda sensação de que as 24 horas do dia são insuficientes para a montanha de afazeres que só tende a espichar. Antes que se possa colocar a culpa no relógio, cujos ponteiros, segundo rumores, estariam em franca aceleração devido ao aumento da velocidade de rotação do planeta, a física está aí para absolver o medidor universal de tempo.
“O período de rotação da Terra aumenta cerca de 0,002 segundo por século, ou seja, serão necessários 100 mil anos para que ele aumente 2 segundos. Portanto, a velocidade de rotação do globo não influencia de maneira real a passagem do tempo para nós”, esclarece Adilson de Oliveira, doutor em Ciências e professor associado do Departamento de Física da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), autor de A Busca pela Compreensão Cósmica (Edufscar).
Se o tique-taque segue sua cadência costumeira, o problema só pode estar no cronômetro interno do homem contemporâneo. “Fisicamente, o tempo não está sendo alterado. A sensação que temos de que ele está passando mais rapidamente está relacionada com o estilo de vida que adotamos”, assegura o físico.
"Desacelerar é possível", Didi Sudesh, raja iogue
A raja iogue indiana Didi Sudesh, coordenadora da Brahma Kumaris, na Alemanha, esteve recentemente no Brasil e ministrou a palestra Desacelerar É Possível: em Harmonia com o Tempo. BONS FLUIDOS conversou com ela.
- De que forma podemos construir uma relação amistosa com o relógio?
Didi Sudesh - Precisamos diminuir o ritmo. Quando estamos relaxados, nossa eficiência aumenta. A energia muda quando colocamos plena atenção nas tarefas e tomamos o tempo como amigo.
- Como melhor aproveitar o tempo livre?
Didi Sudesh - Voltando-se para dentro, a fim de explorar o tesouro espiritual. Assim, quando retornamos ao trabalho, o conhecimento adquirido será aplicado. Há uma reapropriação da confiança, do autorrespeito e da apreciação.