Fórmula E: última etapa do campeonato de 2023 foi disputado em Londres. (Sam Bagnall / LAT Images/Divulgação)
Repórter de Lifestyle
Publicado em 2 de agosto de 2023 às 15h00.
Última atualização em 2 de agosto de 2023 às 15h17.
A Fórmula 1 funciona como o grande local de testes para os carros que vemos na rua. Da mesma forma, as tecnologias usadas pela NASA são aplicadas em aviões comerciais. Para os carros elétricos, a Fórmula E é a principal pista para testar todas as mudanças que estarão nos carros de passeio em pouco tempo.
Um dos exemplos é a autonomia da bateria. Se hoje vemos carros que conseguem percorrer distâncias de 400 quilômetros é porque essa tecnologia foi usava antes pelos pilotos da fórmula elétrica. James Barclay, diretor da Jaguar TCS Racing, destaca que está no objetivo da equipe desenvolver componentes e itens que serão levados aos carros da Jaguar.
"A peça central de transferência de tecnologia é fundamental para o nosso DNA como marca e equipe de corrida. O fato de sermos o campeonato de carros totalmente elétricos, o auge das corridas elétricas, com os carros elétricos mais avançados e eficientes do mundo, é impressionante", disse.
Barclay conversou com EXAME e indicou outros itens dos carros elétricos de corrida que estarão nas concessionárias em pouco tempo. Ele falou com a reportagem um dia antes da final do campeonato de 2023. O britânico Jake Dennis, da Avalanche Andretti, conquistou o título da competição. A Envision Racing foi campeã de equipes, com diferença uma diferença de apenas 12 pontos para a Jaguar TCS Racing, segunda colocada no placar final.
Um fator crucial para os pilotos da Fórmula E é garantir uma carga suficiente para cumprir a prova e ao mesmo tempo garantir boas arrancadas nas retas. "Uma estatística que trabalhei com a equipe é que durante os 40 ou 45 minutos de corrida, usamos o equivalente a 3,8 litros de combustível. E alcançamos velocidades de 180 milhas por hora em alguns circuitos. A questão é que, ao empurrarmos para esse limite, podemos alcançar esse nível de desempenho, e transferência dessa tecnologia", diz.
Com tensões entre Estados Unidos e China sobre Taiwan, diversos países estão pensando em uma maneira alternativa para o desenvolvimento de semicondutores. A ilha asiática é o maior produtor do mundo do componente. Na Jaguar TCS Racing eles usam, desde 2017, um produto alternativo: o carbeto de silício.
"De forma simplificada, o carbeto de silício permite uma mudança mais eficiente de corrente elétrica, oferecendo maior controle para o trem de força do veículo. Após cinco anos usando essa tecnologia na Fórmula E, anunciamos no ano passado que todos os nossos futuros veículos usarão os semicondutores de carbeto de silício", afirma.
Além do desenvolvimento de novas tecnologias, a equipe de Fórmula E também está pensando em maneiras de tornar toda corrida emissão zero de carbono. Uma das iniciativas é a reciclagem de óleos.
"Fomos a primeira equipe de corrida a utilizar óleos básicos reprocessados em nossas caixas de câmbio. Ao invés de simplesmente consumir mais recursos, reciclamos o óleo usado anteriormente. Fizemos um teste que atendeu aos nossos padrões. Isso forneceu uma indicação clara para a JLR [Jaguar Land Rover] também utilizar óleos básicos reprocessados em seus futuros modelos de produção", explica.
*O jornalista viajou a convite da Jaguar TCS Racing.