O Festival de Cinema do Rio de Janeiro terminou nesta quinta-feira (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2012 às 21h57.
Rio de Janeiro - O talento cinematográfico latino-americano se destacou no Festival de Cinema do Rio de Janeiro, que termina nesta quinta-feira, após exibir 437 filmes de mais de 60 países.
Filmes como o "Elefante Branco", do argentino Pablo Trapero, o documentário "O Bella Vista", da uruguaia Alicia Cano, e outras produções de México, Chile, Colômbia e Peru, além das brasileiras, puseram o tempero latino no Festival de Rio.
A diretora Alicia Cano maravilhou o público carioca com "O Bella Vista", um trabalho que brinca com os limites entre a ficção e a realidade para contar a história de um clube de futebol que passou a ser um prostíbulo de travestis e mais tarde uma Igreja Católica em Durazno, um povoado do interior do Uruguai.
Alicia descobriu em 2006 a história do "prostíbulo que agora é um local de orações" em um jornal uruguaio e dedicou um ano de pesquisa para reconstruir o passado da atual Capela Jesus da Misericórdia que oferece catequese às crianças da cidade.
A produção mostra os autênticos protagonistas da história interpretando a si mesmos, pois segundo explicou a diretora à Agência Efe "assim se sentiam mais confortáveis" que com as entrevistas.
"É uma história genial porque junta coisas muito importantes de nossa sociedade: o futebol, o sexo e a religião", disse a diretora, convidada pela organização do festival.
Por outro lado, a diretora e atriz argentina Jazmin López desembarcou no Rio de Janeiro com seu filme "Leões", que já apresentou no Festival de Veneza, e que com uma linguagem plástica e muito sugestiva convida o espectador a um jogo de sedução, que exige atenção máxima para atar os fios de seu argumento.
"Dizem que causa angústia e talvez por algum lado transmiti uma experiência infantil próxima à morte que me marcou quando era pequena", afirmou Jazmin ao público logo após a exibição do filme.
"Leões" exibe um recorrido pela natureza exuberante de uma floresta próxima à cidade argentina de Bariloche, através de longos planos-sequência, intrigantes silêncios e diálogos intencionalmente desconcertantes.
"Não é um filme para o grande público, nunca quis fazer "Rambo"", comentou a diretora à Efe.