O novo TAG Heuer Monaco: versão com pulseira de aço (TAG Heuer/Divulgação)
Ivan Padilla
Publicado em 15 de outubro de 2020 às 06h10.
Última atualização em 15 de outubro de 2020 às 06h43.
A maior parte das peças de alta relojoaria é redonda. Há alguns retangulares, caso do clássico Reverso da Jaeger-LeCoultre. E poucos são quadrados. Entre esses, poucos hão de discordar: o mais celebrado é o TAG Heuer Monaco.
Quando foi lançado, em 1969, não havia praticamente modelos quadrados no mercado. E nem com mostrador azul, ao contrário dos tradicionais preto ou branco. O relógio tinha tudo para se tornar um marco, já que foi o primeiro cronógrafo automático e à prova d’água do mundo.
Mas o estranhamento só começou a diminuir quando o relógio apareceu no pulso do ator Steve McQueen no filme As 24 Horas de Le Mans, de 1970. Isso só aconteceu devido a uma esperta estratégia de Jack Heuer, criador da marca. Ao saber que as filmagens estavam em andamento, ele logo amarrou um acordo com McQueen para que o modelo entrasse no figurino.
Mais de cinco décadas se passaram, diversas variações do TAG Heuer Monaco foram criadas, e eis que agora novas três versões chegam ao mercado. Os modelos de 2020 apresentam um poderoso movimento manufaturado desenvolvido internamente, o Calibre Heuer 02, e um design inspirado nos relógios dos anos 1970.
Os relógios chegam no Brasil a partir de dezembro e ainda não têm preço definido. Dois desses modelos são apresentados em uma pulseira metálica, tendência deste ano na alta relojoaria, de Rolex a Panerai. Fazia quase duas décadas que o Monaco não vinha com bracelete em aço. Este agora tem como base a pulseira em forma de H, usada no início dos anos 1970. Para recriar a peça, os designers recorreram aos exemplares de arquivo no Museu TAG Heuer, em La Chaux-de-Fonds, na Suíça.
Outro destaque é o modelo com mostrador preto, que possui uma aparência escovada com padrão sunray. Sua contraparte apresenta um mostrador escovado azul com padrão sunray, com cores em vermelho, branco e azul, lembrando os relógios Monaco originais de 1969.
São esses dois modelos que vêm com pulseira de aço inoxidável e apresentam contadores quadrados marcantes às 3 e 9 horas, bem como um ponteiro central dos segundos do cronógrafo em vermelho. O modelo com mostrador preto também está disponível com uma pulseira de couro preto.
O Calibre Heuer 02 pode ser visto no fundo da caixa de cristal de safira e traz reserva de marcha de 80 horas, bastante expressiva. A caixa tem diâmetro de 39 mm. Por ser quadrado, no entanto, a área do mostrador é cerca de 30% maior do que a de um relógio redondo também com 39 mm de diâmetro. É sua aparência fora do comum, robusta, que faz com que o modelo tenha tantos fãs.
Um desses apreciadores é o fotógrafo J.R. Duran. Em 2018, Duran foi enviado a Mônaco pela revista VIP, que então tinha a oportunidade de dirigir, para acompanhar o Grand Prix de Monaco Historique, desfile anual que costuma reunir mais de 200 carros históricos de corrida. Difícil dissociar o principado do automobilismo - e do modelo de relógio que leva seu nome e faz a cabeça dos corredores.
Escreveu Duran, na ocasião: "Mônaco e o automobilismo entraram no radar de minha atenção pelo pulso de um ator e piloto: Steve McQueen. No filme As 24 Horas de Le Mans o ator dirige um Porsche 917 chassis 022, mas o que me fascinou, e fascina até hoje, foi o relógio em formato quadrado (coisa inexistente na época, o filme é de 1970) que McQueen usa, sobre a manga do macacão branco com duas listras verticais, uma azul e outra laranja. O modelo, um TAG Heuer Monaco, virou objeto do meu desejo desde o segundo em que rasgou a tela."