Charlie Watts, Keith Richards, Ronnie Wood e Mick Jagger dos Rolling Stones: "estou com vontade porque é um local icônico e uma banda icônica que, finalmente, terão oportunidade de se encontrarem", disse Richards (Getty Images/Reprodução)
Da Redação
Publicado em 28 de junho de 2013 às 12h25.
Londres - O guitarrista dos Rolling Stones, Keith Richards, afirmou que, mesmo com uma média de 69 anos, os membros do grupo britânico não estão velhos demais para tocar no Festival Glastonbury, onde se apresentam pela primeira vez em 50 anos neste sábado.
Liderado por bandas como Mumford & Sons e Artic Monkeys, a edição 2013 do festival britânico, que foi iniciada na última quarta-feira em Somerset, no oeste da Inglaterra, teve suas entradas completamente esgotadas por causa da presença mais que especial da banda liderada por Richards e Mick Jagger, que nunca haviam atuado nesse palco anteriormente.
"Simplesmente, nunca sucedeu. Esteve muitas vezes na lista das turnês, mas, por uma razão ou outra, nunca conseguimos coincidir", explicou Richards em uma entrevista divulgada nesta sexta-feira pela "BBC". "É como um buraco negro no espaço ou algo assim. Mas, desta vez, nos estaremos dentro", completou o guitarrista.
Sem fazer questão de esconder seu entusiasmo em torno do esperado show, Richards ressaltou que a apresentação em questão supõe uma novidade até mesmo para estes veteranos músicos, que, por sinal, iniciam em julho uma turnê mundial para celebrar os 50 anos de sua formação.
"Estou com vontade porque é um local icônico e uma banda icônica que, finalmente, terão oportunidade de se encontrarem", declarou o músico, que, por outro lado, também destacou o nervosismo em torno desta exibição.
"Acho que a pressão que estamos sentimos é pelo fato desta ser a primeira vez que fazemos uma exibição ao ar livre em anos, ainda mais no clima inglês. Juntas essas duas equações... e sim, talvez há algo de apreensão", confessou.
Questionado sobre se o quarteto, formado por Richards, Jagger, Charlie Watts e Ronnie Wood, não estaria velho demais para subir ao palco do tradicional festival britânico, o guitarrista brincou: "Faz muito bem para a saúde tocar rock & roll em uma banda de vida limpa como os Rolling Stones. Deveriam prová-lo, é melhor que ir à igreja", declarou.
Sobre o segredo da longevidade da banda, Keith Richards mencionou que é essa energia vem "da determinação de sobreviver a todos os demais". "É um grupo de tipos único. Charlie Watts, esse tio sabe tocar a bateria. É tão sutil, acho que é o "roll (do rock & roll)", apontou.
"Não devem se concentrar no rock, isso qualquer um pode fazer, mas é o roll que conta. Não há ingredientes, mas tens que ter um bom baterista e vontade de querer fazer. Tens que desejar a morte", completou.
Fundado ainda em 1970, o Festival de Glastonbury, que se estende até o domingo, apresentará Dizzee Rascal, Rita Ora, Skrillex e a revelação londrina Rudimental, além de Solange Knowles, irmã de Beyoncé, a headline da última edição.
Hoje, quando o público deverá chegar aos 180 mil espectadores, o festival apresenta o ex-baixista dos Stones Bill Wyman com seu grupo Rhythm Kings e a banda Beady Eye, espécie de Oasis sem Noel Gallagher.
Após passar por Glastonbury, os Rolling Stones apresentarão uma série de shows entre os dias 6 e 13 de julho no Hyde Park de Londres, onde não tocam desde 1969. As apresentações em questão dão início à turnê "50 and Counting".