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Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2013 às 21h53.
Los Angeles - A disputa pelo Oscar de melhor diretor na 85ª edição do prêmio aparece como uma das mais comentadas devido à ausência de Ben Affleck entre os indicados, já que o filme dirigido pelo também ator, "Argo", foi muito elogiado neste aspecto.
Steven Spielberg: uma recompensa por "Lincoln".
Spielberg produziu e dirigiu o filme histórico sobre o ex-presidente dos Estados Unidos Abraham Lincoln e o fim da escravidão, o qual confirmou seu "título" de principal longa do último ano após ter alçando 12 indicações ao prêmio Oscar, enquanto o elogiado "Argo", de Ben Affleck, teve apenas sete.
Mesmo sendo o líder de indicações - muitas delas técnicas -, "Lincoln", como costuma ocorrer no surpreendente Oscar, pode terminar com um número de prêmios capaz de ser contado em uma mão.
Um deles, possivelmente, será o de melhor direção para Spielberg, uma doce recompensa para o veterano diretor perante o sabor amargo da previsível vitória de "Argo" como melhor filme.
Sem Affleck na disputa, o veterano cineasta poderá levar sua terceira estatueta de melhor diretor após "O Resgate do Soldado Ryan" e "A Lista de Schindler".
Ben Affleck venceu Spielberg e levou o Globo de Ouro, o Critics Choice Awards e os prêmios do sindicato de diretores, todos considerados como prévias para o Oscar.
Ang Lee: o tigre taiuanês.
O cineasta chinês Ang Lee teve sobre seus ombros a ambiciosa tarefa criativa de transformar a fábula literária "As Aventuras de Pi" em um filme capaz de ser maravilhoso visualmente e sem desmerecer um argumento que sobre o papel tem pouca credibilidade: a história de um jovem náufrago que consegue sobreviver mesmo ficando vários dias em uma balsa repleta de animais selvagens, incluindo um tigre.
O tratamento da obra, seus componentes fantásticos e a humanidade do drama fizeram com que Lee fosse indicado pela terceira ao Oscar de melhor diretor.
Tido como o único capaz de vencer Spielberg nesta edição do Oscar, Lee já levou à estatueta com "O Segredo de Brokeback Mountain".
David O. Russel: um diretor em alta.
Dois anos depois de ter conseguido sua primeira indicação ao Oscar de melhor diretor com o drama "O Vencedor", o diretor David O. Russel volta a ser nomeado com seu filme seguinte, a tragicomédia "O Lado Bom da Vida". Aos 54 anos e com poucos filmes em sua carreira - seis no total -, o cineasta já possui grande valor em Hollywood, sendo que, em 1999, quando realizou sua estreia com "Três Reis", ele era quase um desconhecido.
A evolução deste artista o situa no bom caminho rumo às estatuetas, porém, um triunfo de Russell nesta ocasião seria mais uma que surpresa, seria uma zebra.
Michael Haneke: o mérito do austríaco.
Aos 70 anos, o cineasta austríaco Michael Haneke colhe agora os êxitos de seu surpreendente filme em Hollywood, onde os filmes de fala não inglesa são um produto residual. Seu "Amor", no entanto, pareceu quebrar esses moldes supostamente pré-estabelecidos.
O filme obteve cinco indicações aos prêmios Oscar, entre eles o de melhor filme do ano e o de melhor filme em língua estrangeira, um indicativo de que os críticos de Hollywood gostaram de sua história e, mais do que isso, o próprio Haneke foi reconhecido com uma indicação de melhor diretor.
No entanto, apesar do reconhecimento obtido com as indicações, poucos acreditam que o europeu possa levar o Oscar de melhor diretor e, inclusive, o de melhor filme estrangeiro, um fato que parece repetir a edição de 2010, quando seu filme "A Fita Branca" figurava como o grande favorito para levar o prêmio nessa mesma categoria.
Porém, no ano em questão, quem ganhou o Oscar foi o argentino "O Segredo de Seus Olhos".
Behn Zeitlin: um candidato inesperado.
Behn Zeitlin conseguiu em sua primeira tentativa o que, por exemplo, Michael Haneke buscou a vida toda: uma indicação ao Oscar de melhor direção.
Logo em sua estreia, em 2012, o diretor nova-iorquino já conseguiu chamar atenção da academia com o drama independente "Indomável Sonhadora", que conta a história dos habitantes de uma remota região através dos olhos de uma menina, Quvenzhané Wallis, que se transformou, com apenas nove anos, a mais jovem a ser indicada na categoria de melhor atriz.
Até o momento, a filmografia de Zeitlin trazia apenas documentários e alguns curtas-metragens.
A entrada de Zeitlin na briga pela estatueta de direção foi totalmente inesperada e sua vitória na cerimônia do dia 24 seria, no mínimo, impactante.