Sede da Sotheby's: a peça, conhecida como "Magenta Penny", da Guiana Britânica, foi emitida em 1856 e é o único sobrevivente de uma série impressa na antiga colônia britânica (Maxim Marmur)
Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2014 às 18h23.
Nova York - A casa de leilões Sotheby"s leiloará no próximo dia 17 de junho o selo mais caro e famoso do mundo, um artigo que deve ser arrematado por uma quantia entre US$ 10 milhões e US$ 20 milhões.
A peça, conhecida como "Magenta Penny", da Guiana Britânica, foi emitida em 1856 e é o único sobrevivente de uma série especial impressa na antiga colônia britânica, indicou a Sotheby"s em comunicado.
O artigo, que costuma bater recordes de preço a cada vez que vai a leilão, foi arrematado em 1980 por US$ 935 mil.
A antiga colônia britânica costumava receber seus selos da própria metrópole, mas, em 1856, por causa de um problema no envio, os serviços postais estavam à beira de um bloqueio devido à escassez de selos.
Para contornar essa situação, as autoridades locais recorreram à gráfica de um jornal para produzir selos e, desta forma, nasceram os selos conhecidos por seu preço e cor: o magenta de um penny, o magenta de quatro pence e o azul de quatro pence.
O único sobrevivente do magenta de um penny foi encontrado em 1873 por um estudante de 12 anos na Guiana. Vernon Vaughan, que encontrou o selo entre papéis familiares, adicionou a peça a sua coleção sem suspeitar do valor que a peça alcançaria.
David Redden, diretor de projetos especiais e do departamento de livros de Sotheby"s, lembra na nota que, como colecionador de selos, este é "um objeto mágico, a definição própria de rareza e valor".
Vaughan, posteriormente, vendeu o selo a uma colecionadora, e a peça acabou chegando ao Reino Unido em 1878. Pouco tempo depois, o mesmo artigo foi comprado pelo conde austríaco Philippe la Renotière von Ferrary, possivelmente o maior colecionador de selos da história.
Ferrary, austríaco de fala italiana e residente em Paris, tinha doado sua coleção ao Museu Postal de Berlim, mas as autoridades francesas confiscaram a coleção após a Primeira Guerra Mundial.
A coleção foi leiloada em diversas fases entre 1921 e 1926, enquanto o selo acabou sendo comprado em 1922 pelo milionário americano Arthur Hind, que pagou US$ 35 mil dólares, um número recorde para este tipo de peças.
Após passar por outros proprietários, outro milionário americano, John Dupont, pagou US$ 935 mil dólares pelo selo em um leilão em 1980, a última vez que este único exemplar foi posto à venda.
O atual recorde para um selo vendido em um leilão é para o chamado "Treskilling Amarelo", um selo sueco de 1855 que foi arrematado por US$ 2,2 milhões em 1996.
O máximo valor alcançado por uma peça filatélica foi US$ 4 milhões, mas, neste caso, tratava-se de dois selos da então colônia britânica de Mauricio de 1847 que foram usados para um mesmo envio. Ambos os artigos também faziam parte da antiga coleção de Von Ferrary.