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Soprano espanhola Montserrat Caballé foi diva mundial da ópera

Soprano faleceu no sábado (6) em Barcelona, ​​aos 85 anos, após uma brilhante carreira de mais de meio século

Soprano espanhola Montserrat Caballe deslumbrou com interpretações de Puccini e Verdi (Victor Fraile/File Photo/Reuters)

Soprano espanhola Montserrat Caballe deslumbrou com interpretações de Puccini e Verdi (Victor Fraile/File Photo/Reuters)

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AFP

Publicado em 8 de outubro de 2018 às 11h43.

Montserrat Caballé, diva mundial da ópera, faleceu no sábado (6) em Barcelona, ​​aos 85 anos, após uma brilhante carreira de mais de meio século, que deslumbrou com interpretações de Puccini e Verdi nos palcos mais prestigiados.

"Ela faleceu de madrugada no hospital de Sant Pau", declarou à AFP uma fonte deste centro médico de Barcelona, ​​onde estava internada desde meados de setembro.

A soprano espanhola, que sofreu recentemente um acidente vascular cerebral, estava aposentada dos palcos há alguns anos. Segundo a imprensa local, sua internação no hospital de Sant Pau foi devido a problemas na vesícula.

O serviço fúnebre da capital catalã informou que o velório da cantora foi no domingo às 14h00 (9h00 de Brasília) na funerária Les Corts. O funeral está marcado para esta segunda-feira no mesmo local, ao meio-dia.

Após a notícia da morte, muitas personalidades prestaram homenagem à artista.

"De todas as sopranas que assisti ao vivo, nunca ouvi ninguém cantando como Caballé", disse o tenor José Carreras à rádio Catalunya.

O cantor catalão de 71 anos, muito próximo de Caballé, afirmou estar "muito triste" com a morte desta "artista única", que o ajudou no início de sua carreira como tenor.

O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, lamentou a morte de "uma grande embaixadora de nosso país, uma soprano reconhecida internacionalmente".

A Casa Real celebrou "a melhor entre os melhores", uma "grande dama da ópera, lenda da cultura universal".

Em Madri, o Teatro Real anunciou que dedicará a ela a ópera "Faust" deste sábado "como homenagem simbólica a sua grandeza".

Carreira de destaque

A cantora catalã dividiu o palco com Luciano Pavarotti, Placido Domingo e José Carreras, e se apresentou nos teatros mais prestigiados do mundo, tais como a Staatsoper de Viena, La Scala de Milão, a Ópera de Paris, Covent Garden de Londres, o Bolshoi de Moscou ou o Teatro Colón de Buenos Aires.

O início foi complicado para esta mulher, nascida em 12 de abril de 1933 em Barcelona, ​​em uma família muito modesta e mãe da soprano Montserrat Martí.

Problemas econômicos quase a obrigam a deixar a música. Mas, graças ao patrocínio de um empresário do setor têxtil, conseguiu se formar no Liceo de Barcelona, ​​que sempre considerou sua casa e onde se apresentou mais de 200 vezes.

Estreou na Ópera Basileia (Suíça) em 1956 com "La Bohème", de Giacomo Puccini, e depois de viver dois anos em Bremen (Alemanha), em 1962, estreou com a ópera "Arabella", de Richard Strauss, em seu amado Liceo.

Três anos depois, conquistou Nova York quando teve que substituir Marilyn Horne em "Lucrecia Borgia" de Donizetti.

Montserrat Caballé não se limitou à ópera. Em 1988, surpreendeu o mundo ao gravar com Freddie Mercury, o vocalista do Queen, o álbum "Barcelona". O single desse álbum se tornaria o hino dos Jogos Olímpicos de 1992 na capital catalã.

Os últimos anos da vida da cantora foram difíceis por problemas de saúde (acidente vascular cerebral e uma concussão em 2012 e 2013, respectivamente).

Também teve problemas com o Tesouro, reconhecendo em 2010 que deixou de pagar ao fisco mais de meio milhão de euros, cobrando vários concertos realizados no exterior através de uma empresa instrumental domiciliada em Andorra.

Após um acordo com a justiça espanhola, em dezembro de 2015 foi condenada a seis meses de prisão, uma sentença que não precisou cumprir, e a uma multa de mais de 250.000 euros.

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