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Simpsons completam 500 episódios ironizando a família americana

O episódio 500 contou com o australiano Julian Assange, fundador do Wikileaks, como convidado

O desenho teve o episódio de aniversário exibido neste domingo nos Estados Unidos (Divulgação)

O desenho teve o episódio de aniversário exibido neste domingo nos Estados Unidos (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2012 às 06h19.

Washington - A série sobre a extravagante família dos Simpsons, criada por Matt Groening em 1987, teve neste domingo seu episódio de número 500 transmitido nos Estados Unidos, consolidando esta engenhosa crítica ao estilo de vida americano como uma das séries mais longas da televisão.

Como desde os primeiros dias, tudo começou com Homer, Marge, Bart, Lisa e a pequena Maggie de volta pra casa para se sentar em frente à televisão, onde eles mesmos fizeram história, com 27 prêmios Emmy e atingindo a marca dos 500 capítulos, só superada por 'Lassie' e 'Gunsmoke'.

No entanto, Os Simpsons, nascida como experiência piloto em 1987, já é considerada a série mais longa do horário nobre da TV americana na história e uma das que mais alcance internacional obteve.

Ao longo de 23 temporadas, inauguradas em 1989 com o primeiro episódio de meia hora transmitido pela 'Fox', 'a família amarela' de Springfield mostrou ao mundo com sarcasmo e engenhosidade o dia a dia da vida de uma família de classe média americana.

Durante todo esse tempo, cerca de 200 horas de tradicional animação em duas dimensões, os Simpsons compartilharam aventuras com personagens famosos da vida real, desde o ator Mel Gibson até o ex-presidente George Bush pai, passando por Tito Puente e The Ramones.


O episódio 500 contou como convidado com o australiano Julian Assange, fundador do Wikileaks, o portal que realizou a maior revelação de documentos classificados da história dos Estados Unidos e que poderia ser processado pelo Governo americano.

Em um exemplo do tempo de vida desta série, que passou em sua longa história com sutileza e humor pela queda da União Soviética e pela Guerra do Iraque, Assange, que dublou seu próprio personagem a partir de uma localização secreta, conversa com Marge e Homer.

Marge pergunta como se faz uma determinada receita a Assange durante um churrasco. 'I never reveal my sauces' (molhos), diz Assange. Um trocadilho em inglês com a frase 'Nunca revelo minhas fontes' (sources).

Em 'At Long Last Leave', nome do episódio transmitido neste domingo, os Simpsons são expulsos de Springfield por seus vizinhos para um assentamento nos arredores, o que os leva a viver como párias e lhes permite conhecer o controvertido Assange.

Os Simpsons vão continuar na tela por pelo menos mais duas temporadas assinadas com a 'Fox', o que levará o número de capítulos pelo menos a 559, depois que no semestre passado os diretores da rede ventilaram a suspensão da série por causa dos altos salários dos atores que dão voz aos personagens.

Antes que o roteiro chegue aos atores, cerca de 20 escritores trabalham nas gags e brincadeiras que fizeram audiências de todas as idades rirem durante mais de duas décadas, em processo produtivo que demora entre oito meses e um ano para se completar.

O humor dos Simpsons não foi indiferente à polêmica, como quando o artista de rua anônimo Banksy discursou na introdução do capítulo 467 para denunciar a exploração de trabalhadores terceirizados na Ásia.

Ou na temporada 13, quando a família viaja para um Brasil onde os taxistas raptam os turistas e os programas infantis são comandados por apresentadoras com pouca roupa, o que provocou uma pequena crise diplomática com o país.

Os Simpsons foram uma revolução na televisão que desconstruiu a classe média americana, os mitos da cultura moderna e leva na brincadeira temas polêmicos que muitos outros não se atreviam a tocar como a homossexualidade, as drogas e a política.

Mas, além disso, a série se transformou em uma crítica da própria televisão e dos meios de comunicação, com ácidos comentários inclusive contra a empresa que os financia, a 20th Century Fox, propriedade do magnata Rupert Murdoch, que também possui o canal conservador de notícias 'Fox News'.

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