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Sheik de Dubai é condenado a pagar US$ 725 milhões para ex-esposa

As medidas de compensação financeira estabelecidas estão entre as maiores já concedidas no âmbito de um acordo de divórcio na justiça britânica

Latifa vive atualmente no Reino Unido.  (AFP/AFP)

Latifa vive atualmente no Reino Unido. (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 21 de dezembro de 2021 às 13h26.

O soberano de Dubai, Mohamed bin Rashid Al Maktoum, foi condenado nesta terça-feira (21) pela justiça britânica a pagar a sua ex-esposa e filhos 550 milhões de libras (725 milhões de dólares), na maior indenização por divórcio concedida por um tribunal inglês.

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O juiz Philip Moor ordenou que o governante de 72 anos pague 251,5 milhões de libras (340 milhões de dólares) a sua sexta esposa, a princesa Haya Bint Al Hussein, meia-irmã do rei da Jordânia Abdullah II, de 47 anos, e 290 milhões de libras (385 milhões de dólares) para cobrir o sustento de seus filhos, de 9 e 14 anos, assim como outros gastos, incluindo de segurança, de acordo com a sentença.

De acordo com a sentença divulgada nesta terça-feira, o valor, que inclui dezenas de milhares de libras para férias ou gastos vinculados com animais domésticos, pode variar em função de diversos fatores, como por exemplo em caso de uma reconciliação dos filhos com o pai.

"Levando em consideração sua posição e as ameaças gerais de terrorismo e sequestro que enfrentam em tais circunstâncias, se considera que são particularmente vulneráveis e precisam de garantias de maior segurança neste país", disse o juiz Moor ao anunciar o veredicto.

"A principal ameaça que enfrentam procede do (governante) mesmo, e não de fontes externas", acrescentou.

O Tribunal Superior determinou em outubro que Mohamed bin Rashed al Maktoum autorizou um ataque aos telefones de sua esposa e de seus advogados britânicos.

Não foi provado que a ação estivesse vinculada à batalha legal no Reino Unido entre sua esposa e ele, que deseja o retorno dos dois filhos a Dubai. Porém, um volume "muito importante" de dados foi extraído do telefone da princesa, de quase 265 megabytes - o equivalente a 24 horas de gravação de voz ou 500 fotografias.

O magistrado destacou que o soberano "assediou e intimidou a mãe (dos seus filhos) antes da sua viagem para a Inglaterra e a partir de sua chegada", e que estava "disposto a tolerar que aqueles que agem em seu nome no Reino Unido o fizessem de maneira ilegal".

Indenização recorde

As medidas de compensação financeira estabelecidas nesta terça-feira estão entre as maiores já concedidas no âmbito de um acordo de divórcio na justiça britânica desde o caso da ex-esposa do bilionário russo Farkhad Akhmedov, Tatiana Akhmedova.

No fim de 2016, a justiça concedeu a Akhmedova 41% da fortuna do ex-marido, o que representa 453 milhões de libras (quase 600 milhões de dólares).

Um porta-voz de Mohamed bin Rashid Al Maktoum declarou nesta terça-feira que o soberano de Dubai "sempre se certificou de que os filhos estejam protegidos em suas necessidades".

"O tribunal anunciou agora sua decisão sobre o aspecto financeiro e ele não tem a intenção de falar mais", disse o porta-voz, antes de acrescentar que o soberano "pede aos meios de comunicação que respeitem a vida privada de seus filhos e não interfiram em sua vida no Reino Unido".

Em março de 2020, um tribunal da vara de família afirmou que Al Maktoum havia "encomendado e orquestrado" o sequestro de dois de seus filhos, a princesa Shamsha e sua irmã Latifa, que ele tem com outra esposa.

A princesa Latifa, que tentou fugir de Dubai sem sucesso em 2018, afirmou que era mantida como "refém" por seu pai. Em junho passado, ela disse que estava livre "para viajar", por meio de seus advogados.

Latifa pediu à polícia britânica para investigar novamente o sequestro de sua irmã Shamsha em 2000 em Cambridge, em uma carta com data de 2018 e revelada este ano pela BBC.

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