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Serpente estilizada: Bvlgari convida artista brasileiro para releitura da coleção Serpenti

Até dezembro, Gabriel Massan apresenta uma instalação interativa itinerante intitulada Infinite Tales, em shoppings de São Paulo e de Goiânia

Inspirada em Cleópatra: a icônica linha Serpenti, da Bvlgari, completa 75 anos e é reinterpretada por artistas no mundo. No Brasil, Gabriel Massan desenvolveu artes digitais que serão leiloadas (Divulgação/Divulgação)

Inspirada em Cleópatra: a icônica linha Serpenti, da Bvlgari, completa 75 anos e é reinterpretada por artistas no mundo. No Brasil, Gabriel Massan desenvolveu artes digitais que serão leiloadas (Divulgação/Divulgação)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 29 de novembro de 2023 às 10h02.

Última atualização em 29 de novembro de 2023 às 10h51.

Há 75 anos, o joalheiro grego Sotirio Bulgari, fundador da marca Bvlgari, desenvolveu uma de suas coleções mais icônicas, a Serpenti. Mas as referências dos colares, bolsas e relógios datam de mais de 2.000 anos atrás, com as joias que adornavam a rainha Cleópatra. Neste ano, para comemorar três quartos de século da coleção, a maison italiana convidou artistas de diferentes países, como México, Coreia do Sul e Emirados Árabes, para recriar a célebre cobra a partir de sua visão.

No Brasil, Gabriel Massan está expondo suas criações em diversos suportes. Até dezembro, o artista multidisciplinar fluminense apresenta uma instalação interativa itinerante intitulada Infinite Tales, em shoppings de São Paulo e de Goiânia. Trata-se de uma projeção do animal em formato circular desenvolvida por inteligência artificial, inspirada no emblema da marca.

“Depois de navegar pela história da fundação e consolidação da Bvlgari, eu precisei conhecer São Paulo melhor, entender sua geografia e quais biomas formavam a cidade e o estado antes de serem nomeados. Me perguntei o que existia antes da sociedade, que criaturas habitavam este espaço e o tornavam frutífero, como de certa forma foi de grande importância para o início da minha carreira também. Pelo fato de a Serpenti ser um signo real que representa direta e indiretamente um contingente de espécies, em especial que existem no Brasil e constituem nosso imaginário popular, repleto de misticismo e fantasia, me surgiu a necessidade de constituir essas relações pelas formas e texturas que eu viria a esculpir e dar vida”, diz Massan, que escolheu a jiboia-do-ribeira, da espécie Corallus cropanii, um animal raro, visto pouquíssimas vezes por olhos humanos, endêmico do estado de São Paulo. “Redesenhei essa serpente de diferentes formas, até separar seus membros, permitindo-lhe existir em diferentes tamanhos e simular inúmeros movimentos.”

As imagens que ilustram esta matéria também são interpretações da Serpenti por Massan. Essas artes digitais serão leiloadas, e os lucros serão destinados a projetos sociais brasileiros que incentivam a inclusão de mulheres no mercado de tecnologia.

“O convite se tornou um contingente de experiências tomado por uma sensação de grande surpresa, não só pelo reconhecimento mas pela oportunidade de poder coexistir com tantos outros artistas e criativos incríveis que colaboraram com a marca e que são influências para mim, como ­Andy Warhol e Refik Anadol.”

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