As Leiloeiras: as irmãs Mariana e Carolina Sodré Santoro, fundadoras da empresa de leilões de luxo. (Divulgação/Divulgação)
Repórter de Casual
Publicado em 29 de outubro de 2024 às 10h52.
Última atualização em 29 de outubro de 2024 às 14h47.
Ter uma grande fortuna não é o suficiente para entrar em uma loja Hermès e encomendar uma bolsa Birkin. Antes de passar o cartão, é preciso ser um cliente conhecido pela marca francesa. Um jeito mais acessível de adquirir uma das bolsas mais conhecidas, desejadas e caras do mundo, com valores que podem chegar a 2 milhões de reais, é através de vendas de segunda mão. E este é o nicho que as irmãs Carolina e Mariana Sodré Santoro, conhecidas como As Leiloeiras, se especializaram.
Com heranças na tradicional casa de leilões Sodré Santoro, com 45 anos de atuação no setor, as fundadoras buscam redefinir a experiência do leilão no Brasil, oferecendo itens de alta qualidade, como obras de arte raras de artistas como Portinari e Di Cavalcanti, joias e vinhos exclusivos selecionados por curadores como Manoel Beato.
Carolina e Mariana são a segunda geração da família a trabalhar no ramo. "Nós crescemos nesse universo, indo direto da escola para o escritório da Sodré Santoro. O leilão está no nosso sangue, é um negócio de família que nos inspira todos os dias", diz Carolina sobre a empresa que faz mais de 1.300 leilões por ano, com 102 mil lotes vendidos por ano e que possui mais de 1.2 milhão de clientes compradores cadastrados.
A nova iniciativa é, portanto, uma evolução natural para as irmãs, que agora focam em trazer um olhar mais sofisticado para o mercado de segunda mão no Brasil.
A Leiloeiras aposta em uma experiência diferenciada de consumo, com curadoria especializada em quatro segmentos: moda, vinhos, joias e arte. Para garantir a qualidade dos itens leiloados, a empresa conta com especialistas renomados em cada área, como Manoel Beato, sommelier do Fasano, para vinhos e Pati Cavalcanti e Luciana Cury para moda e Luiz Lacerda e Liana Prado para as peças de design. “Queremos transformar o leilão em uma nova forma de consumo de luxo, trazendo o raro, o exclusivo e o inalcançável para o público brasileiro”, diz Mariana.
Os leilões serão realizados no formado híbrido, tanto presencialmente, quanto online, assim ampliando o alcance dos clientes. A sede da Leiloeiras está localizada na antiga casa da Sodré Santoro, na avenida Brasil, em São Paulo, e funcionará também como showroom, onde os clientes poderão ver e até experimentar os itens antes de dar seus lances. “Queremos que o público viva a experiência completa do leilão, algo que vai além da simples compra de um item”, diz Carolina.
A transparência é um dos pilares da nova marca de leilões. Segundo Mariana, a venda em leilão oferece um processo mais claro e seguro para quem vende e para quem compra, com data e hora marcadas para o evento e a possibilidade de ver o valor final da transação. "O leilão não é apenas uma oportunidade de adquirir peças de luxo, mas também de encontrar sonhos, algo raro e especial".
Para as irmãs, o consumo de peças de segunda mão é um hábito de consumo que vem se estabelecendo. “As pessoas querem itens únicos, como uma bolsa Hermès, que muitas vezes nem estão disponíveis nas lojas. O leilão surge como uma alternativa acessível para adquirir esses itens exclusivos”.
Os leilões serão mensais, com um evento de cada categoria por semana. O primeiro leilão marcado para o dia 12 de novembro. A empresa também planeja vendas segmentadas, como vestidos de noivas, além de leilões mistos, que oferecem uma variedade de produtos em uma única ocasião. “Gostamos do leilão segmentado, mas o leilão misto também cria uma dinâmica interessante, onde o cliente pode se encantar por algo que não estava no radar inicial”, diz Carolina.
Outra proposta das irmãs é aproximar o leilão do público jovem, desmistificando a imagem de que esse tipo de evento é exclusivo para peças milionárias. “Queremos tornar o leilão mais leve e acessível, um programa para a noite, como um evento para o qual você vai e depois sai para jantar”, diz Mariana. Com placas nas mãos ou lances online, para Carolina, o ambiente das casas de leilão desperta o lado impulsivo das pessoas. “É algo que move o mercado de luxo”. E também atrai compradores que podem ter a chance de conquistar peças que não são vendidas para todos nas lojas.