Casual

Sátira e drama disputam Palma de Ouro em Cannes

Uma sátira de Hollywood e uma exploração do mundo da luta livre entraram na disputa pela Palma de Ouro em Cannes


	Coletiva sobre o filme Foxcatcher: filme conta a história de um assassinato
 (Alberto Pizzoli/AFP)

Coletiva sobre o filme Foxcatcher: filme conta a história de um assassinato (Alberto Pizzoli/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2014 às 12h52.

Cannes - Uma sátira de Hollywood e uma exploração do mundo da luta livre observada por meio de uma das famílias mais ricas dos Estados Unidos, os Du Pont, entraram nesta segunda-feira na disputa pela Palma de Ouro em Cannes.

"Map to the stars", do canadense David Cronenberg, de 71 anos e que retorna a Cannes pela quarta vez, é uma obscura e delirante viagem à meca do cinema, protagonizada por Robert Pattinson, Julianne Moore, Mia Wasikowska e John Cusack.

Através do retrato de uma família hollywoodiana rica, mas com angústias, inveja e à beira da implosão, Cronenberg disseca uma sociedade obcecada pelo dinheiro e por celebridades. Também desnuda as ambições desmedidas e o oportunismo que reinam em uma cidade repleta de predadores de todo tipo.

Mas o cineasta - que há dois anos exibiu em Cannes "Cosmopolis", também com Pattinson -, advertiu que o filme não é uma crítica à 'cidade dos sonhos', na Califórnia.

"Acontece o mesmo em Wall Street, no Silicon Valley, em todos os lugares onde existem pessoas desesperadamente ambiciosas", afirmou o diretor.

Baseada no romance de Bruce Wagner, que também escreveu o roteiro, o filme de Cronenberg - que venceu o Prêmio do Júri em 1996 com "Crash - Estranhos Prazeres" - não deixa de evocar a sátira ferina sobre Hollywood do americano Robert Altman, "O Jogador".

"Foxcatcher", uma história real

Em "Foxcatcher", o diretor americano Benett Miller vai além na exploração do impacto do dinheiro e da ambição, ao transportar o espectador para uma história verdadeira e trágica: a do herdeiro de uma das maiores fortunas do mundo, John Du Pont.

Mas a história serve a Miller apenas como ponto de partida para construir um filme fascinante que, sem lições ou mensagens políticas, convida a uma reflexão sobre o poder do dinheiro na sociedade moderna.


"Mais do que contar uma história, o que me interessava era fazer uma observação sobre o que está por baixo da história", explicou o diretor "Capote" e "Moneyball".

O filme conta a história de um assassinato: filantropo e grande amante do esporte, John Du Pont (Steve Carell), que levado pelo desejo de ganhar o respeito da mãe (a grande atriz britânica Vanessa Redgrave), constrói um milionário centro de treinamento em "Foxcatcher", a magnífica propriedade da família, na região da Filadélfia.

Com a cabeça voltada para os Jogos Olímpicos de Seul-1988, o excêntrico bilionário convida para o local o campeão olímpico de luta livre Mark Schultz (Channing Tatum) e seu irmão Dave (Mark Ruffalo), também campeão olímpico e treinador.

A história acaba com o assassinato de um dos irmãos por Du Pont, o que levou o herdeiro da família, que possui a maior indústria química do mundo, a terminar a vida na prisão.

O diretor e os atores contaram em Cannes que para fazer o filme mergulharam no mundo da luta livre por vários meses. Também realizaram um trabalho de "jornalismo investigativo".

O filme foi uma "exploração, uma aventura", no qual "cada cena é apenas a ponta do iceberg", disse Miller, que pela primeira vez tem um filme na mostra oficial do principal festival de cinema do mundo.

Dezoito filmes disputam a Palma de Ouro. Ainda restam quatro dias de exibições, mas a crítica já aponta alguns favoritos, como "Timbuktu", sobre a guerra santa nesta cidade do Mali, e "Winter sleep", do turco Nuri Bilge Ceylan, um drama íntimo rodado no centro de Anatolia.

Acompanhe tudo sobre:ArteCinemaEntretenimentoFestival de Cinema de CannesFilmes

Mais de Casual

8 restaurantes brasileiros estão na lista estendida dos melhores da América Latina; veja ranking

Novos cardápios, cartas de drinques e restaurantes para aproveitar o feriado em São Paulo

A Burberry tem um plano para reverter queda de vendas de 20%. Entenda

Bernard Arnault transfere o filho Alexandre para a divisão de vinhos e destilados do grupo LVMH