Estatuetas do Oscar: comissão nomeada pelo MinC para escolher o filme indicado vai se reunir na Cinemateca Brasileira (Andrew H. Walker/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de setembro de 2018 às 09h27.
Última atualização em 11 de setembro de 2018 às 09h52.
São Paulo - Reúne-se nesta terça-feira, 11, na sede da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, a comissão nomeada pelo MinC para escolher o filme indicado pelo Brasil para concorrer a uma vaga no próximo Oscar. Inscreveram-se 22 produções. O anúncio será feito às 12h30. Tem sido um longo jejum brasileiro na festa da Academia de Hollywood.
O último filme selecionado para concorrer foi Central do Brasil, de Walter Salles, em 1999. Em 2006, O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger, foi pré-indicado na listas de nove, mas não ficou entre os cinco finalistas. A última indicação não ocorreu na categorias de filme estrangeiro, mas na de melhor animação - O Menino e o Mundo, de Alê Abreu, em 2016.
Todo ano surgem as mesmas dúvidas - o que seria o concorrente ideal do Brasil no Oscar? Talvez o grande equívoco das comissões que indicam o concorrente brasileiro seja tentar pensar com a cabeça da Academia. O Oscar de filme estrangeiro é dos que mais ousam - e surpreendem.
Mesmo assim, ocorrem coisas como o caso Cidade de Deus. Ignorado no Oscar de filme estrangeiro de 2003, o longa de Fernando Meirelles cravou quatro indicações no ano seguinte, incluindo direção, roteiro, montagem e fotografia.
Outras vezes em que o Brasil esteve pertinho do Oscar - em 2012, Carlinhos Brown concorreu a melhor canção, por Rio; em 2015, O Sal da Terra, codirigido por Juliano Salgado, filho do fotógrafo Sebastião Salgado - personagem principal -, foi indicado para melhor documentário.
Em 1986, William Hurt foi melhor ator por O Beijo da Mulher Aranha, coprodução dirigida (em São Paulo) por Hector Babenco. Em 2005, o uruguaio Jorge Drexler venceu o Oscar de canção por Al Otro Lado del Rio, tema do filme Diários de Motocicleta, de Walter Salles.
Entre os filmes que disputam a indicação deste ano, destacam-se duas ótimas produções de gênero - O Animal Cordial, terror de Gabriela Amaral Almeida, e As Boas Maneiras, outro terror, da dupla Marco Dutra/Juliana Rojas. Ferrugem, de Aly Muritiba, já foi aprovado por uma plateia dos EUA, a de Sundance. Juventude, redes sociais, tudo isso pode somar. O veterano Cacá Diegues está na disputa por Grande Circo Místico. E há o belíssimo Benzinho, de Gustavo Pizzi. E o indicado do Brasil será...?
- Além do Homem, de Willy Biondani
- Alguma Coisa Assim, de Esmir Filho e Mariana Bastos
- O Animal Cordial, de Gabriela Amaral Almeida
- Antes que Eu Me Esqueça, de Tiago Arakilian
- Aos Teus Olhos, de Carolina Jabor
- As Boas Maneiras, de Juliana Rojas e Marco Dutra
- Benzinho, de Gustavo Pizzi
- Canastra Suja, de Caio Soh
- Como É Cruel Viver Assim, de Julia Rezende
- Dedo na Ferida, de Silvio Tendler
- Encantados, de Tizuka Yamasaki
- Entre Irmãs, de Breno Silveira
- Ex-Pajé, de Luiz Bolognesi
- Ferrugem, de Aly Muritiba
- Não Devore Meu Coração!, de Filipe Bragança
- O Caso do Homem Errado, de Camila de Moraes
- O Desmonte do Monte, de Sinai Sganzerla
- O Grande Circo Místico, de Cacá Diegues
- Paraíso Perdido, de Monique Gardenberg
- Talvez uma História de Amor, de Rodrigo Bernardo
- Unicórnio, de Eduardo Nunes
- Yonlu, de Hique Montanari
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.