The Rolling Stones durante apresentação na cidade israelense de Tel Aviv, em 04 de junho (AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de junho de 2014 às 17h46.
Os Rolling Stones fizeram nesta quarta-feira um polêmico show em Israel, apesar de ativistas pró-palestinos pedirem para que não o fizessem, considerando que seria como cantar na África do Sul na época do apartheid.
Os Rolling Stones, que retomaram na segunda-feira em Oslo sua turnê mundial interrompida há mais de dois meses pelo suicídio da namorada de Mick Jagger, chegaram na segunda-feira em Tel Aviv, em seu avião particular.
De acordo com a imprensa israelense, o organizador do evento no Parque Yarkon de Tel Aviv, Shuki Weiss, pagou aos Rolling Stones 6,7 milhões de dólares para este show.
Quando o grupo anunciou em março este show em Tel Aviv, um porta-voz do movimento Boicote, Desinvestimento, Sanções (BDS), Rafif Ziadah, lembrou que o grupo havia criticado o regime racista do apartheid na África do Sul e disse que Israel também tinha uma política de segregação.
"As organizações palestinas pedem aos Rolling Stones que não se apresentem em Israel e não fechem os olhos para (suas) violações dos direitos humanos contra o povo palestino", declarou.
Além das ações coordenadas do BDS, a constante construção de assentamentos israelenses em territórios palestinos tem incentivado iniciativas privadas de boicote aos produtos e serviços associados a esses assentamentos.
Na Europa, os esforços para exigir rótulos separados para os produtos produzidos nas colônias se intensificaram quando Israel anunciou uma nova série de construções.
Uma das personalidades mais envolvidas com o BDS é Roger Waters, membro fundador do grupo de rock progressivo Pink Floyd, cuja canção "The Wall" se tornou o hino da luta contra o muro de Israel, descrito como "muro do apartheid" pelos palestinos.
Waters pediu a outros músicos para que não se apresentem em Israel em nome do boicote cultural.