O padel é uma modalidade praticada em duplas em uma quadra menor que a de tênis e cercada por quatro vidros, nos quais a bola pode quicar. (RECSTOCKFOOTAGE/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 12 de julho de 2022 às 15h10.
Apenas algumas semanas após o famoso torneio de tênis, Roland Garros muda de cenário e de raquetes, com a disputa até domingo de seu primeiro grande evento de padel, modalidade em plena ascensão na França e em muitos outros países. No meio da quadra Philippe Chartrier, o saibro deu lugar a uma superfície sintética azul e a uma gaiola de vidro.
Templo do tênis, Roland Garros quer se tornar um palco obrigatório do circuito mundial de padel, reunindo as 56 melhores duplas deste esporte. O torneio, organizado em conjunto pela Federação Francesa de Tênis (FFT) e o QSI, fundo do Catar dono do PSG, já conquistou a categoria Grand Slam em sua primeira edição, juntamente com as provas em Doha, Roma e México.
Criado no fim da década de 1960 no México, o padel é uma modalidade praticada em duplas em uma quadra menor que a de tênis e cercada por quatro vidros, nos quais a bola pode quicar. Os pontos são calculados da mesma forma que no tênis (15-30-40-game). Você precisa vencer seis games para ganhar um set, e dois sets para vencer a partida.
Embora a França ainda não tenha o número de praticantes que a Espanha (300 mil contra cerca de 4 milhões), o diretor do torneio parisiense, Arnaud Di Pasquale, assegura que o esporte vive um boom, que só começou a ter praticantes no país há três ou quatro anos. E isso teve a ver com o fato de alguns rostos conhecidos terem promovido a modalidade, como o técnico de futebol Zinedine Zidane, que há poucos dias inaugurou um complexo de seis quadras.
"Um dia, o padel se tornará o esporte de raquete número 2 na França e, por que não, poderá superar o tênis", diz o francês número 1 da especialidade, Benjamin Tison, de 33 anos, que ocupa a posição 69 no ranking mundial.
A modalidade começou como uma moda entre os tenistas. Mas Di Pasquale diz que "atualmente, 60% dos praticantes não vêm do tênis".
"É um esporte fácil: todo mundo pode rebater, mandar a bola rapidamente. Isso faz qualquer um pensar que pode jogar logo, algo que é raro no esporte. Também é lúdico e muito divertido. E no mais alto nível, pode se tornar espetacular", acrescenta o diretor do torneio.
As autoridades francesas ainda têm trabalho a fazer para tornar esta prática uma das principais e mais populares modalidades do país, especialmente expandindo o torneio para a categoria feminina.