xerxes (Divulgação / Warner)
Da Redação
Publicado em 6 de março de 2014 às 14h40.
Quando saiu na internet o primeiro trailer de 300: A Ascensão do Império, não me surpreendi com a quantidade de sangue derramado em dois minutos de vídeo. Se o primeiro longa já foi um mar vermelho, imagine o segundo? O mais interessante do vídeo era o destaque dado ao ator brasileiro Rodrigo Santoro, que volta a interpretar o imperador persa Xerxes na continuação da saga.
Infelizmente, toda a minha alegria em relação ao trailer foi por água abaixo quando assisti 300 durante uma exibição exclusiva para jornalistas, na semana passada.
O filme gasta seus primeiros minutos lembrando os acontecimentos anteriores à Batalha das Termópilas. A partir daí, todos os eventos se passam simultaneamente ao massacre dos trezentos espartanos liderados pelo Rei Leônidas.
Primeiro, o filme se dedica a contar a origem de Xerxes, e como o personagem de Santoro ganhou aquela fantasia que mais parece tema de escola de samba. O segredo por trás da transformação está na personagem Artemísia (Eva Green), uma poderosa militar que incita Xerxes a assumir a postura de divindade e vingar a morte de seu pai, a quem a moça era fiel.
Apesar do 300 no título, os espartanos ficam em segundo plano, e o filme dá destaque à batalha naval de Artemísio, liderada por Temístocles do lado grego. O general é responsável pela aliança entre as cidades-estados contra os invasores persas, cuja frota é chefiada por Artemísia. Os violentos confrontos têm como pano de fundo o mar agitado por tempestades e ondas poderosas. O cenário, essencialmente cinza, é todo gerado por computação gráfica, assim como no primeiro filme.
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Noam Murro, que assume o lugar de Zack Snyder como diretor, acerta na exposição de ambos os exércitos, nos detalhes dos aparatos de batalha, na violência e nas táticas militares de Artemísia e Temístocles. São tantas sequências de brigas envolvendo espadas, arcos e flechas em câmera lenta, que chega a dar cansaço nas vistas. Nesses momentos, a vontade é de mandar uma mensagem de socorro ou sair da sala correndo. Esteja ciente que muito sangue será desperdiçado nas batalhas e poderá respingar nas poltronas do cinema, caso o espectador opte pelo 3D.
Eva Green é um show à parte em 300, e a raiva de sua personagem Artemísia é nítida no olhar. A jovem não tem escrúpulos, por exemplo, ao tentar cooptar o adversário. Em determinado momento, a guerreira tenta se aliar a Temístocles gerando uma daquelas cenas bem clichês de filmes épicos.
E por onde anda Xerxes? Talvez repousando ou fazendo um rolezinho com seus súditos da maromba pela Grécia, o personagem só vai dar o ar da graça muito tempo depois. Até agora não entendi a função de Rodrigo Santoro em 300: A Ascensão do Império ele quase não aparece, coitado. Você contará nos dedos a quantidade de vezes que o brasileiro surge na tela.
Apesar de ser baseada na graphic novel Xerxes de Frank Miller, que narra os acontecimentos anteriores a 300, o filme deveria se chamar 300: A Ascensão de Artemísia, pois quase nada é mostrado sobre o imperador Xerxes.
Quem procura por cenas épicas de ação e muito sangue, com certeza sairá da sala bem feliz com 300: A Ascensão do Império. Esta é uma ótima escolha para o público interessado em pancadaria, tiro, porrada e bomba, como diria Valesca Popozuda em Beijinho no Ombro.
300: A Ascensão do Império chega aos cinemas nesta sexta-feira (7) em todo o Brasil. O elenco conta com Eva Green, Rodrigo Santoro, Sullivan Stapleton, Mark Killeen, Jack OConnell, Hans Matheson, Andrew Tiernan, Callan Mulvey. O filme é dirigido por Noam Murro a partir de um roteiro de Zack Snyder e Kurt Johnstad.
Veja imagens de 300: A Ascensão do Império: