Richard Attenborough: ele dominou o cinema britânico durante uma longa e bem sucedida carreira (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 25 de agosto de 2014 às 12h50.
Londres - Ator, produtor e diretor premiado, Richard Attenborough, morto neste domingo, aos 90 anos, era uma figura querida e admirada do cinema britânico.
Desde seu primeiro papel no filme de guerra "Nosso Barco, Nossa Vida" (In Which We Serve, 1942) até "Jurassic Park", de Steven Spielberg, passando pela direção do vencedor do Oscar "Gandhi" e sua atuação no filme noir "O Pior dos Pecados" (Brighton Rock), ele dominou o cinema britânico durante uma longa e bem sucedida carreira.
Membro da Câmara dos Lordes, ele liderou vários projetos de caridade, especialmente como um embaixador para o Unicef.
Também foi presidente da Royal Academy of Dramatic Arts e presidente honorário do clube de futebol Chelsea.
Attenborough casou com a esposa Sheila aos 21 anos e viveu na mesma casa localizada no sudoeste de Londres por cinco décadas.
O casal teve três filhos.
Mas a vida de Attenborough também foi marcada pela tragédia, especialmente quando sua filha Jane Holanda e sua neta Lucy morreram em um tsunami no sudeste da Ásia. Ele confessou que nunca conseguiu se recuperar completamente da perda. Ele tinha três
Nascido em Cambridge, em agosto de 1923, Richard Attenborough fez sua estreia em 1942 em "Nosso Barco, Nossa Vida", um tributo de David Lean e Noel Coward à Marinha Real durante a guerra, e estrelou mais de 60 filmes em 50 anos de carreira.
Seu rosto passou a ser familiar do cinema alegre e inexpressivo do pós-guerra, mesmo quando atuava em papéis mais obscuros, como o vilão Pinkie na adaptação de 1947 do romance de Graham Greene "O Pior dos Pecados".
Ele atraiu o interesse de Hollywood e conseguiu papéis coadjuvantes em filmes como "Fugindo do inferno" (The Great Escape), de John Sturges, e "O voo da Fênix" (Flight of the Phoenix), de Robert Aldrich.
Em seguida passou para o lado da produção, ao criar a própria companhia com Bryan Forbes para produzir filmes como "A mulher que pecou" (The L-Shaped Room).
Oito Oscars
Em 1962 Attenborough foi abordado por uma pessoa próxima da família de Gandhi para realizar um filme sobre a vida do fundador da Índia independente. Apesar de pouco conhecer o assunto ou a Índia, entrou em contato com Pandit Nehru e sua filha Indira Gandhi no ano seguinte.
Foram necessárias duas décadas para concluir o projeto. Em 1980, Attenborough reuniu os meios de financiamento e "Gandhi" torna-se o seu maior sucesso.
Lançado em 1982, o filme foi coroado com oito Oscars, incluindo de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Ator para Ben Kingsley, além de cinco Globos de Ouro e cinco BAFTA, sendo aclamado em todo o mundo.
Condecorado pela rainha, Attenborough continuou sua carreira de ator, fazendo uma pausa apenas para produzir "Uma Ponte Longe Demais" (A Bridge Too Far, 1977) e "Magia Negra (Magic, 1978), com Anthony Hopkins.
Depois de dirigir "Gandhi", Attenborough também foi o homem por trás de "Chorus Line - Em Busca da Fama" (Chorus Line, 1985), antes de retornar a um problema mais sério com "Um Grito de Liberdade" (Cry Freedom, 1987) sobre o ativista anti-apartheid Steve Biko.
Depois de alguns anos, dirigiu "Chaplin" (1992).
Attenborough voltou ao papel de ator, sob o comando de Steven Spielberg no blockbuster "Jurassic Park" e em sua continuação.
Depois de atingir os 80 anos, diminuiu o ritmo de trabalho e escreveu as memórias "Entirely up to you, darling".
No fim da vida, mudou-se para uma casa de repouso com Sheila, com quem viveu por sete décadas.