(Divulgação/Divulgação)
Paty Moraes Nobre
Publicado em 10 de dezembro de 2020 às 19h00.
O 33º episódio da série Revolução do Churrasco desvenda rituais e mostra os tradicionais preparos da Aldeia da Jaqueira, na Reserva Pataxó de Porto Seguro, no sul da Bahia.
A líder Nitynawã, uma das três guerreiras responsáveis pela fundação da aldeia, há 22 anos, recebe os visitantes com uma verdadeira aula de cultura e história da conhecida “Costa do Descobrimento”, onde os portugueses desembarcaram. Nity, como é carinhosamente chamada, conta como ela, Jandaya e Nayara ergueram praticamente sozinhas e com as próprias mãos a comunidade, atualmente com cerca de 34 família.
Assista ao episódio:
Peixe macio e suculento
A visita guiada, que ajuda a tribo a preservar a Mata Atlântica, os costumes e as terras demarcadas, conta ainda com degustação de Guaiuba, também chamado de Vermelho (peixe abundante na região), assada apenas com sal na brasa em folha de patioba (folha de espécie de palmeira). O preparo é feito em brasa (exceto nos dias em que a chuva molha a madeira e é preciso usar carvão) pela índia Juacema e leva cerca de 20 minutos. O resultado é um peixe macio e suculento, deliciosamente temperado com o óleo natural da folha e servido em uma tigela simples com farinha d’água bem crocante. A técnica, apesar de rústica e ancestral, pode ser replicada em qualquer churrasco doméstico, claro!
Chá pra gripes, resfriados e covid-19
Yena, a mulher do pajé, Amburé, é a responsável pelas mesclas, misturas de plantas que fazem os chás oferecidos na recepção aos turistas e visitantes. Segundo ela, a bebida quente de folha de sabugueiro com gengibre já curou vítimas da Coqueluxe, também conhecida como doença da tosse comprida, no século XX. Atualmente, o chá continua sendo indicado pelo pajé, o “médico” da tribo, para tratar falta de ar em pacientes com gripes e resfriados, inclusive, covid-19.
Ao contrário do que muita gente pensa, o visitante é muito bem vindo na aldeia. Segundo Nity, com o cancelamento do turismo na aldeia por causa da pandemia por seis meses, houve falta de alimento e outros inúmeros transtornos ocasionados pela falta de renda. “Sempre tem gente querendo invadir nossas terras, caçar nossos animais e destruir a mata, muitas vezes, a bala. Mas não vamos deixar isso acontecer. E o turista que vem aqui ajuda a gente a divulgar nossa história e nossa cultura. A gente continua existindo por causa desse turismo”, afirma a líder.
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