Tapeçaria cedida à ONU. (AFP/AFP)
Julia Storch
Publicado em 1 de março de 2021 às 09h31.
Última atualização em 1 de março de 2021 às 11h30.
A retirada pela família Rockefeller de uma tapeçaria instalada há mais de três décadas na entrada do Conselho de Segurança da ONU e que representava a obra "Guernica", de Pablo Picasso, gerou comoção entre diplomatas e funcionários do alto escalão.
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Após a organização anunciar ontem a retirada da obra por seu proprietário, Nelson Rockefeller Junior, o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, lamentou no Twitter a decisão, bem como muitos diplomatas. "É realmente triste. Esta parede sem a tapeçaria não tem sentido. Essa obra, ao ser instalada em outro lugar, perderá muito de seu valor", publicou Dujarric.
A presença da tapeçaria, pela qual passavam regularmente presidentes, ministros e embaixadores no Conselho de Segurança, tinha o objetivo de chamar a atenção para a tragédia da guerra. O anúncio da retirada surpreendeu o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, declarou Dujarric, que disse não ter recebido nenhuma explicação da família Rockefeller.
"O secretário-geral e outros tentaram manter a obra aqui, mas não conseguiram", informou o porta-voz, durante entrevista coletiva. "Essa tapeçaria não era apenas uma lembrança comovente dos horrores da guerra, mas, por causa de onde estava, também foi testemunha de muita história que se desenrolou fora do Conselho de Segurança desde 1985."
Encomendada em 1955 por Nelson Rockefeller e tecida pela francesa Jacqueline de La Baume-Dürrbach, a tapeçaria foi cedida à ONU em 1984. Presidentes, ministros e embaixadores que participavam das reuniões do Conselho de Segurança passavam diante da peça rumo à sala de reuniões do órgão mais importante das Nações Unidas, responsável pela paz no mundo.
O escritório da família Rockefeller não comentou a decisão, tampouco o Centro de Arquivos Rockefeller e a Fundação Rockefeller.