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República Dominicana aposta no chamado turismo de cemitério

Prefeitura do Distrito Nacional trabalha para resgatar a imagem do Cemitério Municipal da Avenida Independência de Santo Domingo como um atrativo ponto turístico


	A reforma do Cemitério Municipal da Avenida Independência de Santo Domingo também deverá incluir a renovação de todo seu paisagismo
 (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

A reforma do Cemitério Municipal da Avenida Independência de Santo Domingo também deverá incluir a renovação de todo seu paisagismo (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2012 às 19h21.

Santo Domingo - O histórico Cemitério Municipal da Avenida Independência de Santo Domingo será submetido a uma reforma para atrair os milhares de turistas que visitam esta cidade, que também poderão conferir túmulos de escritores, poetas e heróis independentistas deste país caribenho.

Construído em 1824, durante a ocupação do Haiti do então lado espanhol da ilha, este cemitério se encontra em um avançado estado de deterioração, com túmulos destruídos e lápides mal sinalizadas, apesar do esforço de seus funcionários, que se empenham em mantê-lo limpo para receber os poucos turistas e estudantes que costumam andar pelo local em datas históricas.

O cemitério, inaugurado no dia 29 de agosto de 1824 e situado na Cidade Nova, abriga chamativas esculturas em mármore branco e que, segundo os historiadores, datam dos séculos XIX e XX e são originárias da Itália.

Enclausurado em 1965 e declarado Patrimônio Histórico em 1987, o cemitério abriga túmulos de poetas, escritores, historiadores, pintores e heróis da ''Revolução de Abril'' de 1965, que enfrentou insurgentes dominicanos, fuzileiros americanos e deixou milhares de mortos.

Durante anos, o local também foi morada do patriota e educador porto-riquenho Eugenio María de Hostos e um dos criadores do hino nacional, José Reyes e Emilio Prud''Homme, restos que hoje descansam no Panteão Nacional, situado na Cidade Colonial de Santo Domingo.

Em valas comuns, entre cruzes e lápides, o cemitério também abriga as incontáveis vítimas do furacão que devastou a nação caribenha em 1930, o San Zenón.

Dessa maneira, as autoridades da Prefeitura do Distrito Nacional (DNA) trabalham em um plano para resgatar a imagem desse cemitério como um atrativo ponto turístico.


O projeto consiste em um levantamento patrimonial histórico do cemitério, construído durante a ocupação do Haiti entre 1822 e 1844, e é comandado pela arquiteta Diana Martínez, que, no entanto, não quer adiantar à imprensa mais detalhes sobre essa reforma.

Segundo o anunciado pelo DNA, a iniciativa busca localizar os túmulos e determinar quais são de caráter histórico para incluí-los na chamada Rota Turística, um projeto unido à Estrada do Coral, que também pretende atrair turistas à cidade de Santo Domingo.

O Cemitério da Avenida Independência, primeiro chamado Cemitério Municipal e, posteriormente, Cosmopolita, tem uma extensão de 16 mil metros quadrados e 1.433 túmulos.

A construção deste cemitério foi viabilizada para solucionar um problema da época, quando os mortos eram enterrados nas igrejas, que dispunham de pouco espaço, e o clero só permitia sepulturas dos seguidores do catolicismo, o que excluía os judeus e os mortos de outras religiões.

Ao anunciar esse plano de reforma, no último mês de julho, Diana disse que neste espaço há tumbas ''que são verdadeiras obras de arte realizadas na época'', que também serão reformadas e preservadas.

O prefeito do Distrito Nacional, Roberto Salcedo, antecipou que quando os trabalhos de reforma forem concluídos, o cemitério ''terá um efetivo mecanismo de vigilância com câmeras de vídeo e agentes da Polícia Municipal''.

A reforma do Cemitério Municipal da Avenida Independência de Santo Domingo também deverá incluir a renovação de todo seu paisagismo, tanto interno como externo, e a construção e reconstrução de suas calçadas, incluídas na zona de amortecimento da Cidade Colonial de Santo Domingo, declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

Desta maneira, as autoridades municipais deverão inscrever a capital dominicana na lista de cidades do mundo que oferecem o cada vez mais popular turismo de cemitério. 

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