WC Portugieser Chronograph com pulseira de aço: tendência (IWC Schaffhausen/Divulgação)
Ivan Padilla
Publicado em 22 de setembro de 2020 às 06h30.
Não há muito o que inventar na alta relojoaria, essa é a verdade. As manufaturas mais tradicionais já têm seus modelos consolidados. A cada ano, versões repaginadas vão sendo apresentadas, sem grandes sobressaltos. Um calibre mais eficiente, um case maior (ou menor), uma outra cor... Same old, same old. E está tudo certo. Relógios continuam sendo objeto do desejo do jeito que são.
Se no geral não há muito espaço para inovação, o que se dirá das pulseiras. Grosso modo, existem três tipos: couro, borracha ou aço. Por isso até causa espanto que um relógio icônico como o IWC Portugieser em sua versão cronógrafa não tenha ainda sido apresentada com bracelete, nome mais usado para a pulseira de aço. Nessa indústria, porém, sempre há tempo para ajustes, com perdão do trocadilho.
A IWC Schaffhausen apresenta pela primeira vez o icônico relógio Portugieser Chronograph com pulseira de aço inoxidável. O lançamento aconteceu na feira Watches & Wonders de Xangai, na semana passada. Como a nova opção, o relógio fica ao mesmo tempo mais elegante e esportivo. Mais versátil, sem dúvida. Também mais resistente e confortável, com o material resistente à corrosão e ao fecho borboleta.
A versão cronógrafa do Portugieser Chronograph, lançada há mais de 20 anos, trouxe um ar esportivo para a linha. Com o mostrador claro com duas aberturas às 12 horas e 6 horas, o cronógrafo atemporal e moderno se tornou um dos modelos mais populares da manufatura de Schaffhausen.
“O aço inoxidável é robusto e prático para o uso no dia a dia, além de ser resistente à corrosão, umidade, suor e água do mar. Com a nova opção de pulseira, o Portugieser Chronograph torna-se o relógio perfeito para atividades e aventuras e é um companheiro extremamente versátil no pulso”, afirma Christoph Grainger-Herr, CEO da IWC Schaffhausen.
No Brasil, o modelo chega por 52.500 reais.
Dentro de toda a tradição desse mercado, pulseiras de relógios feitas em aço são agora tendência. Historicamente, eram as favoritas de mergulhadores, militares, engenheiros, exploradores. Mas só passaram a ser bem vistas com bons olhos pelo segmento de luxo a partir dos anos 1970
Outras marcas apresentaram versões em bracelete este anoA Patek Philippe lançou uma versão feminina do Nautilus. A Bulgari trouxe em uma variação do Octo Roma com detalhes em ouro rosé. A Chopard apostou no Alpine Eagle. Até a Rolex inovou com uma pulseira com melhor encaixe na caixa do clássico Submariner.
A Panerai revigorou a icônica coleção Luminor Marina, destaque da marca este ano, com um novo conceito de pulseira de metal. O material não é usual nas linhas da manufatura suíça-italiana, mais afeita ao couro e a materiais sintéticos. O design foi aperfeiçoado, assim como a funcionalidade. A nova pulseira é composta por elos que espelham a silhueta da ponte de proteção da coroa.
Mais de três décadas após seu lançamento, o Pasha da Cartier reapareceu com uma cara mais unissex, pela primeira vez na marca. Está disponível em versões de 35 e 41 mm, em aço, ouro amarelo, rosa ou branco com diamantes – e com pulseira em aço.
Mais do que simplesmente pulseiras de aço, o que está em alta na relojoaria de luxo são braceletes integrados, em que a pulseira é quase continuação da caixa. Os dois modelos de rferência nessa linha são o Royal Oak da Audemars Piguet e o Nautilus da Patek Philippe. Alguns novos modelos nessa linha são o Frederique Constant Highlife Automatic, o Citizen Corso, o H. Moser & Cie. Streamliner Center Seconds e o A. Lange & Söhne Odysseus.
Particularmente, acho que ainda não inventaram melhor material para prender o relógio ao pulso do que o couro. Mais elegante, mais ergonômico, vai se moldando e ganhando ranhuras e tonalidades próprias ao longo do tempo. Vira uma marca de assinatura. Mas sou exceção, sei disso. Como li certa vez no Hodinkee, site referência no segmento de relojoaria, só se ensina um truque por vez a um cão velho.