O bom chocolate possui muito flavonoide, um potente antioxidante (JANIFEST/Thinkstock)
Daniela Barbosa
Publicado em 16 de março de 2018 às 11h09.
São Paulo –A pouco mais de duas semanas da Páscoa, muita gente já sabe que vai ter que burlar a dieta e atacar os irresistíveis ovos disponíveis nesta época do ano. É possível, no entanto, fazer algumas escolhas sem deixar de lado o prazer de comer chocolate e sem sentir culpa depois.
De acordo com médica Aline Lamaita, se o consumidor souber escolher o tipo certo, ou seja, aquele com a concentração ideal de cacau e outros ingredientes e não exagerar na dose, o chocolate pode ser sim um forte aliado da saúde. E fazer parte inclusive do cardápio diário das pessoas.
EXAME.com conversou com a especialista para entender as melhores opções e suas combinações e como o chocolate pode deixar de ser vilão e se tornar amigo do nosso organismo. Veja a seguir alguns pontos citados por ela:
O primeiro passo na escolha de um bom chocolate, segundo a médica, é olhar atentamente os ingredientes que o compõe. Além do próprio cacau, o chocolate precisa ter vitamina E, cálcio, fósforo, magnésio, cafeína e outras centenas de substâncias antioxidantes naturais.
As opções com maior teor de cacau são as mais recomendadas. A médica explica que normalmente quanto maior a quantidade de cacau, menor é a de açúcar. “Os chocolates com 70% ou mais de cacau, ou seja, os amargos só fazem bem à saúde. Eles não engordam e têm os benefícios dos flavonoides do cacau e outras substâncias”, afirma Aline.
Normalmente o chocolate ao leite e até o meio amargo possuem menos cacau e mais açúcar em suas fórmulas. A especialista sugere olhar atentamente os ingredientes dessas modalidades, pois muitos, inclusive, são feitos à base de achocolatado e gordura hidrogenada, ou seja, nem deveriam ser considerados chocolates de verdade.
Existe a polêmica se chocolate branco é realmente chocolate. Aline explica que em teoria a opção branca deveria ter em sua composição a manteiga de cacau, que não é uma gordura ruim. “No Brasil, no entanto, muitos são feitos com a gordura hidrogenada e açúcar, o pior tipo de gordura que tem”, afirma a médica. Ficar atendo ao rótulo mais uma vez é importante.
Embora clichê, todo mundo sabe que a diferença entre o antídoto e o veneno é a dose. Com o chocolate não é diferente. De acordo com a especialista, a quantidade máxima diária não deve passar, em média, de 40 gramas.
O bom chocolate possui muito flavonoide, um potente antioxidante que ajuda a reduzir os níveis de colesterol e estimula a memória, podendo assim auxiliar na prevenção da demência e do Alzheimer. Ele tem também triptofano, que estimula a produção de serotonina – o hormônio do prazer.
Alguns chocolates possuem quantidades excessivas de gordura e açúcar – vilões de uma dieta equilibrada que não só impactam no ganho de peso, mas no surgimento de outras doenças, como colesterol, diabetes, pressão alta e problemas vasculares.
Chocolate combina com muita coisa e não à toa existem inúmeras variações disponíveis nas prateleiras. De acordo com a médica, as oleaginosas misturadas ao chocolate podem também trazer benefícios para a saúde, pois possuem gorduras insaturadas que são protetoras do coração e ajudam a controlar os níveis de colesterol.