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Quem serão os consumidores do futuro?

WGSN apresenta relatório "Consumidores do Futuro" 2025; confira o resumo da pesquisa

Os "Redutores": perfil de consumidores que quer interações em uma escala mais humana. (Ippei Naoi/Getty Images)

Os "Redutores": perfil de consumidores que quer interações em uma escala mais humana. (Ippei Naoi/Getty Images)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 3 de abril de 2023 às 15h28.

Há 25 lançando previsões de tendências de consumo, estilo de vida e design de produtos, a WGSN apresenta o relatório ‘Consumidor do futuro’, sobre os quatro perfis de consumidores que irão ditar os rumos do mercado em 2025.

Os 'Neo-niilistas'

Segundo a consultoria de tendências, este perfil é avesso à volatilidade do mundo atual e busca a felicidade e um novo sentido de propósito longe do mainstream.

Exaustos dos problemas globais e desconfiados da capacidade de governos e instituições de resolvê-los, os Neo-niilistas são caracterizados pelo ceticismo. Não é que eles não se importem – eles simplesmente perceberam que se importar menos pode ser um mecanismo eficiente para lidar com tudo isso. Embora o niilismo seja considerado um sentimento negativo (próximo do cinismo e do pessimismo), os Neo-niilistas estão descobrindo que abrir mão da responsabilidade pode trazer um sentimento de satisfação, que possibilitará que eles criem as próprias regras, imaginem novas realidades e definam suas métricas de sucesso e felicidade longe das expectativas da sociedade. Outsiders, pensadores independentes, subversores e sonhadores compõem este grupo.

Segundo pesquisa do Young People’s Voices on Climate Anxiety, Government Betrayal and Moral Injury, 50% dos jovens (16 a 25 anos) se sentem tristes, ansiosos, impotentes, desesperançosos e culpados em relação à crise climática. Além disso, mais de 45% acreditam que a preocupação deles com a crise climática afeta negativamente a rotina diária.

Os Neo-niilistas se interessam por ideias especulativas e gêneros criativos de fora do mainstream, como o capitalismo regenerativo, a cultura do caos, a ficção hopepunk (temas distópicos com um viés otimista) ou mesmo games e substâncias psicodélicas como forma de terapia. Para alcançá-los, você precisa mostrar que está no mesmo nível deles.

Os 'Redutores'

Após abraçar a conveniência digital e a vida remota durante a pandemia, esses consumidores querem restabelecer suas conexões com o mundo físico e com as comunidades por meio de um toque humano. Em um mundo sempre em busca de algo maior, melhor e mais rápido, os Redutores querem interações em uma escala mais humana.

Após migrarem para serviços de entrega e assinatura durante a pandemia, os Redutores querem deixar as telas eletrônicas de lado e restabelecer seus laços com a comunidade e com o mundo real. Essas pessoas preferem tudo o que é tangível e têm consciência plena dos impactos que estão causando no mundo. Elas acreditam que o crescimento econômico deve priorizar as pessoas e o planeta, e seu consumo se baseia nessa crença. Os Redutores ainda querem conveniência e eficácia, mas sem abrir mão da ética e da sustentabilidade, por meio de serviços prestados por trabalhadores bem remunerados e baseados em modelos de negócio justos.

Segundo pesquisa da WGSN, 64% dos entrevistados compraram mais do comércio local desde o início da pandemia, com o objetivo de apoiar a comunidade.

Os 'Protetores do Tempo'

Os "Protetores do tempo" estão investindo seus minutos e horas em coisas que agregam valor. (10'000 Hours/Getty Images)

Para esses criadores de experiências memoráveis, o tempo é o recurso mais valioso. E mais do que gastá-lo, eles querem investir em coisas que tornem a vida mais rica.

A prioridade dessas pessoas é enriquecer a vida por meio de rituais diários e experiências interessantes. Eles não querem ser pressionados pelo tempo, já que acreditam que os cronogramas devem se adaptar às pessoas – e não o contrário.

Na contramão dos rótulos, os Protetores do tempo gostam de fazer amizades intergeracionais, mais baseadas em interesses em comum do que na faixa etária. Eles também compreendem o valor monetário do tempo: querem gastar em coisas que economizem tempo, mas se quiser o tempo deles (ou pior, se desperdiçá-lo), você irá pagar caro.

A qualidade é sempre mais importante do que a quantidade para esse perfil de consumidor, mais interessado em acumular memórias do que bens materiais. A mentalidade desse grupo pode ser resumida em uma frase célebre do ex-presidente dos EUA, Abraham Lincoln: “A melhor coisa sobre o futuro é que ele chega aos poucos, um dia de cada vez.”

Segundo pesquisa da McKinsey, 79% dos entrevistados afirmam que o bem-estar é importante, e 42% acham que o tema é prioritário.

Os 'Pioneiros'

Esse consumidor é como um aparelho eletrônico: é preciso ligá-lo na tomada. Com a necessidade de ter a atenção tomada através de novas ideias e produtos versáteis, capazes de tornar os mundos físico e virtual mais acessíveis para todos.

Com um pé no mundo físico e outro no digital, os Pioneiros têm como missão fazer a ponte entre essas duas realidades.

Neste grupo estão os pensadores, especialistas em tecnologia e planejadores urbanos que estão construindo novos mundos, como cidades inteligentes (com sistemas de trânsito inclusivos) e espaços no metaverso mais seguros.

Os Pioneiros são do tipo que criam uma presença on-line bem-sucedida e exploram isso para abrir uma loja física – ou vice-versa. Seja qual for a área de expertise, eles gostam de liderar e são movidos pela ideia de causar impacto. Eles são atraídos por produtos e serviços que os inspiram e que permitem transitar livremente entre mundos diferentes, tanto como nômades digitais quanto em plataformas virtuais.

Segundo pesquisa WGSN Insight, 19% dos entrevistados já compraram itens virtuais, como skins em games ou roupas digitais.

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