Ocupação Eduardo Coutinho (Zeca Guimarãs/Divulgação)
Guilherme Dearo
Publicado em 11 de outubro de 2019 às 06h00.
Última atualização em 11 de outubro de 2019 às 06h00.
Fundado em 1983 por Solange Farkas, o Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil chega à 21ª edição com novo nome - agora é Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil - e novo endereço, o Sesc 24 de Maio, na República, projetado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha.
Tradicionalmente voltado a artistas de países com pouca projeção no circuito das artes, o evento elegeu como tema o título do livro "Comunidades Imaginadas", do cientista político Benedict Anderson, que discute a ascensão do nacionalismo.
As mais de 60 produções selecionadas, entre vídeos, pinturas, fotografias e instalações, levam a assinatura de 55 nomes de 28 países. Artistas indígenas, como a escultora peruana Claudia Martínez Garay, negros e da comunidade LGBTQI+ ocupam espaço relevante na exposição.
Quatro dos participantes, a mexicana Teresa Margolles, o sírio Hrair Sarkissian, a paulistana Rosana Paulino e Thierry Oussou, nascido no Benim, na África, foram convidados pela direção. Morto em 2016, o cineasta italiano Andrea Tonacci é homenageado com a exibição de cinco vídeos.
Uma das obras mais comentadas é a do alagoano Jonathas de Andrade, a instalação “Procurando Jesus”. Produzida durante uma residência em Amã, a capital da Jordânia, é composta por 20 fotografias de diversos homens com os quais o artista deparou em sua temporada no país. Os visitantes recebem uma tâmara e devem votar no retratado que mais poderia representar Jesus para o povo da Jordânia.
Onde: Sesc 24 de maio, Rua 24 de maio, 109, República, São Paulo. Até 2 de fevereiro.
Morto tragicamente em 2014, em razão das facadas desferidas pelo filho, esquizofrênico, o cineasta Eduardo Coutinho é o homenageado da 47ª edição do programa Ocupação Itaú Cultural, que antes prestou tributo a Vladimir Herzog.
A mostra reúne cenas de filmes, entrevistas em vídeo e outros materiais do acervo pessoal de Coutinho, que ganhou fama como um de nossos melhores documentaristas.
Haverá exibição de filmes seguidos de debates, masterclass e um curso sobre algumas das marcas fundamentais da produção do autor de "Edifício master" e "Cabra marcado para morrer", entre outros clássicos.
Onde: Itaú Cultural, Avenida Paulista, 149, Bela Vista, São Paulo, (11) 2168-1777. Até 24 de novembro.
A escultora pernambucana, de 64 anos, exibe na Raquel Arnaud quatro pares de esculturas de ferro, quatro desenhos em nanquim e um desenho feito com bastão de óleo. A mostra presta tributo a duas exposições organizadas pela artista na mesma galeria entre as décadas de 1980 e 1990, “Os Duplos” e “Do Lugar”.
Na apresentação da nova mostra, a historiadora da arte Sônia Salzstein diz que “as esculturas carregam à flor da pele a mesma lógica de superfície dos trabalhos gráficos, a proximidade misteriosa com a escrita, uma proximidade que de fato silencia e desarticula a um passo da escrita”.
Onde: Galeria Raquel Arnaud, Rua Fidalga, 125, Vila Madalena, São Paulo, (11) 3083-6322. Até 19 de outubro
Para a mostra coletiva, o curador Agnaldo Farias selecionou obras dos artistas Abraham Palatnik, Alicja Kwade, Angelo Venosa, Artur Lescher, Bruno Dunley, Carlito Carvalhosa, Claude Lévêque, Daniel Buren, Eduardo Navarro, Isaac Julien, Hicham Berrada, Laura Vinci, Lucia Koch e Marco Maggi.
Como sugere o título, a exposição tem como objetivo discutir diferentes concepções de espaço e tempo por meio de esculturas, pinturas, vídeos e instalações.
Laura Vinci, por exemplo, trouxe para o interior da galeria um galho e uma talha. Os objetos convidam a refletir sobre a oposicão entre o galho, leve e já sem vida, e a ferramenta utilizada para realizar a locomoção de objetos extremamente pesados.
Onde: Galeria Nara Roesler Rio de Janeiro, Rua Redentor, 241, Ipanema, Rio de Janeiro, (21) 3591-0052. Até 2 de novembro.