Mediações, de Susan Meiselas (Susan Meiselas/Divulgação)
Guilherme Dearo
Publicado em 31 de outubro de 2019 às 07h00.
Última atualização em 31 de outubro de 2019 às 07h00.
Na virada dos anos 70 para os 80, a fotógrafa americana Susan Meiselas se notabilizou pela cobertura que fez da revolução popular na Nicarágua, entre outros conflitos que colocaram a América Central em chamas.
Ligada à agência Magnum desde 1976, ela também mirou sua câmera, por exemplo, para as strippers da Nova Inglaterra e representantes da comunidade curda.
Exibida antes em Barcelona, em Paris e São Francisco, a mostra em homenagem à fotógrafa reúne 180 fotografias, videoinstalações, cartas e outros documentos.
Segundo a curadora Pia Viewing, “a maneira pela qual ela se envolve com as pessoas que retrata é essencial, pois ativa uma forma de intercâmbio com elas, e, assim, desenvolve relacionamentos duradouros com muitas pessoas que retrata”.
Onde: IMS Paulista, Avenida Paulista, 2424, Bela Vista, São Paulo. Até 1 de março.
My Name Is IVALD GRANATO Eu Sou
Passados três anos de sua morte, aos 66 anos, o artista plástico fluminense ganha uma retrospectiva no Sesc Belenzinho com cerca de 270 itens. A curadoria é de Daniel Rangel, que optou por destacar a expressão pessoal de Granato e como ela se reflete em suas telas, além de mostrar como o artista se relacionava com o mundo.
Além de pinturas, a exposição reúne objetos, desenhos, depoimentos, entrevistas em vídeo e cadernos do artista, que também se aventurou na performance. Concebido pelo artista multimídia Tadeu Jungle, um espaço digital permite que o público, com o auxílio de óculos de realidade virtual, contemple outras obras de Granato.
Onde: Sesc Belenzinho, Rua Padre Adelino, 1.000, Belenzinho, São Paulo, (11) 2076-9700. Até 26 de janeiro.
Nós não sabíamos, de León Ferrari
A mostra reúne cinquenta obras de autoria do argentino, morto em 2013, que pertencem ao acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo. O conjunto enfatiza o aspecto político que marcou a produção de Ferrari, crítico ferrenho das instituições de arte, dos sistemas políticos e da moral que vigorou entre as décadas de 60 e 70.
Ferrari foi um dos artistas latino-americanos que mais teve prestígio no exterior - foi aclamado na Bienal de Veneza, em 2007, na qual recebeu o Leão de Ouro. Aventurou-se em linguagens diversas, como a escultura, o desenho, a caligrafia, a colagem, a instalação e o vídeo.
O golpe militar na Argentina o levou a deixar Buenos Aires com a família a radicar-se em São Paulo entre 1976 e 1990. Aqui, o artista integrou-se ao circuito brasileiro de experimentalismos, envolvendo-se com o processo de revitalização da linguagem através da produção de heliografias, fotocópias e arte postal.
Onde: Pinacoteca de São Paulo, Praça da Luz 2, São Paulo. Até 16 de fevereiro.
Qual, de Laura Lima
Em sua terceira individual na galeria Luisa Strina, a artista mineira Laura Lima exibe nove obras inéditas que aguçam diversos sentidos dos visitantes. Todas elas estão suspensas, em razão da delicadeza e da transparência dos materiais utilizados - o tule e o gelo seco. De quebra, a opção favorece a observação por ângulos diversos.
Os trabalhos não têm título. Espelhando os tempos atuais, a artista optou por denominá-los todos como levianes, assim mesmo, sem gênero definido. Uns são “levianos”, outras, “levianas”. E há também os que não se enquadram nas duas opções, o que dá muito o que pensar.
Onde: Galeria Luisa Strina, Rua Padre João Manuel, 755, Cerqueira César, São Paulo, (11) 3088–2471. Até 9 de novembro.