Qual é a distância até o horizonte: tela de Mariana Serri (Mariana Serri/Divulgação)
Guilherme Dearo
Publicado em 22 de novembro de 2019 às 06h00.
Última atualização em 22 de novembro de 2019 às 07h00.
Radicada em Berlim, a artista nascida em Osaka costuma recorrer a objetos corriqueiros como sapatos, chaves, camas, cadeiras e vestidos - e atá-los a enormes estruturas feitas de fios - para questionar conceitos como memória e consciência.
A instalação inédita “Internal Line”, montada por Shiota no térreo da Japan House São Paulo, parece discutir temas universais e recorrentes nas obras da artista como relações humanas, sentimentos, memórias, vida e morte.
Ela diz ter se inspirado em uma lenda japonesa segundo a qual toda criança, ao nascer, tem um fio vermelho preso a um dos dedos mindinhos. Seria uma extensão das veias sanguíneas que, ao longo da vida, fatalmente será entrelaçada às de outras pessoas.
“Você pode não ver isso com seus olhos, mas se pudesse, enxergaria que os humanos estão todos conectados”, afirmou a artista.
Três grandes vestidos vermelhos também fazem parte da instalação, na qual Shiota usou cerca 34 quilômetros de fios.
Onde: Japan House São Paulo, Avenida Paulista, 52, Bela Vista, São Paulo. Até 2 de fevereiro.
Nascida em Belo Horizonte e criada em São Paulo, onde vive, a pintora Mariana Serri é um dos destaques da mostra em cartaz na galeria paulistana LAMB Arts.
Artista plástica formada pela FAAP, como muitos nomes de sua geração, ela apresenta algumas de suas poéticas paisagens feitas com tinta óleo.
Christof Mascher, Gilson Rodrigues e Thomaz Serri também exibem suas telas na exposição.
Onde: LAMB Arts, Rua Barão de Capanema, 343, 9 andar, Jardim Paulista, São Paulo, (11) 2368-8044. Até 13 de dezembro.
A ceramista japonesa, nascida em Hiroshima dois anos depois da explosão da bomba atômica, mudou-se aos nove anos de idade para São Paulo. Seu fascínio pela luz e a natureza brasileira se refletem em suas delicadas criações.
Com curadoria de Ricardo Resende, a mostra em cartaz na galeria Kogan Amaro reúne algumas delas.
As peças selecionadas têm formas cilíndricas que se repetem, mas nunca são iguais. Mimetizam, portanto, as nuvens e fazem lembrar da ação do vento sobre elas.
“As nuvens são mágicas para mim e, nessa exposição, quero trazer os extremos opostos: a terra e o céu”, explicou a artista.
Onde: Galeria Kogan Amaro, Alameda Franca, 1054, Jardim Paulista, São Paulo, (11) 3045-0944. Até 23 de novembro.
Morto em julho passado, o venezuelano Carlos Cruz-Diez (1923-2019), tido como um dos mestres da arte cinética, é homenageado no Espaço Cultural Porto Seguro. Com curadoria de Rodrigo Villela, a mostra reúne oito obras. São, na maioria, instalações com as quais os visitantes devem interagir.
Da exposição também fazem parte vinte fotografias em preto e branco, clicadas ao longo da vida por Cruz-Diez, a maioria delas na Venezuela. Ele também foi autor de pinturas, mas aos poucos afastou suas criações da figuração e das formas para se concentrar no efeito provocado pelas cores.
Onde: Espaço Cultural Porto Seguro, Alameda Barão de Piracicaba, 610, Campos Elíseos, São Paulo, (11) 3226-7361. Até 2 de fevereiro.