Luiz Suárez: para a equipe e jornalistas do Uruguai, houve pressão para a Fifa tirar Suárez da Copa (Yves Herman/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de junho de 2014 às 16h03.
Natal - A dura punição aplicada a Luis Suárez foi um balde de água fria para a delegação uruguaia, que amanheceu nesta quinta-feira em Natal confiante de que o atacante seria absolvido.
O motivo para esse otimismo era o fato de o Comitê Disciplinar da Fifa não ter chegado a uma conclusão sobre o caso na noite de quarta-feira.
"Isso é um bom sinal, porque quando não há dúvidas a decisão sai rapidamente. Acredito que nossa defesa foi forte e consistente", disse o diretor esportivo da AUF (Associação Uruguaia de Futebol), Eduardo Belza. Mas no fim da manhã veio a "pancada".
A notícia, como era de se esperar, deixou os uruguaios indignados.
E também, como era previsível, será usada para reforçar a união do grupo.
Em mensagem postada na sua conta do Twitter, o zagueiro Gimenez resumiu o espírito dos jogadores para encarar a competição sem a estrela do time: "Mais unidos do que nunca".
Não será surpresa se daqui para a frente, em entrevistas ou postagens nas redes sociais, eles disserem que vão jogar por Suárez e lutar contra uma injustiça cometida "contra um país de apenas três milhões de habitantes que compete de igual para igual com grandes potências", um argumento que os uruguaios adoram usar.
A guerra da delegação contra a imprensa, especialmente a brasileira, deve se acirrar.
Para a equipe - e também para os jornalistas do país -, houve pressão para a Fifa tirar Suárez da Copa por medo de que ele jogasse contra o Brasil nas quartas de final.
"Parece que vocês (jornalistas brasileiros) querem fazer justiça por conta própria ou conseguir alguma vantagem esportiva", havia dito quarta-feira o capitão Lugano.
Se o destino colocar brasileiros e uruguaios frente a frente na briga por uma vaga na semifinal, o clima vai esquentar ainda mais.
Nas redes sociais e nos sites de veículos de comunicação uruguaios, os torcedores se mostravam revoltados com a pena aplicada ao atacante. Alguns mais exaltados chegaram a sugerir que a seleção abandonasse o torneio e voltasse para casa.
Se tomasse essa medida, a AUF estaria sujeita a sanções severas: multa de 500 mil a 1 milhão de francos suíços (R$ 1,23 milhão a R$ 2,46 milhões) e proibição de disputar as Eliminatórias para o Mundial de 2018, que será disputado na Rússia.
Time
O técnico Óscar Tabarez tem três opções para a vaga de Suárez no jogo contra os colombianos: Forlán, Stuani ou Gastón Ramírez.
Forlán tem sido o escolhido quando o astro não pode jogar, mas perdeu espaço depois de sua péssima atuação na derrota par a Costa Rica na estreia (ficou o tempo todo no banco diante de ingleses e italianos).
Stuani tem presença de área e entrou no segundo tempo da partida contra a Itália para segurar os zagueiros depois que Marchisio foi expulso.
E, se optar por Ramírez, um meia canhoto habilidoso, o técnico mudará o esquema - terá apenas Cavani na frente e ganhará um jogador com capacidade para segurar a bola e dar passes precisos.
De 2010 para cá, o Uruguai disputou cinco partidas oficiais sem Suárez e só ganhou uma - diante da Venezuela, pelas Eliminatórias. Perdeu três desses jogos, e um deles foi por 4 a 0 para a Colômbia.