Casual

Proposta da UE para direitos autorais irrita artistas

A Comissão da União Europeia anunciou o projeto que prevê regras para o repasse dos direitos não só aos artistas principais, mas também a músicos acompanhantes

Rock: Proposta da UE irritou bandas como Radiohead e Pink Floyd (Kevin Winter/Getty Images)

Rock: Proposta da UE irritou bandas como Radiohead e Pink Floyd (Kevin Winter/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2012 às 11h32.

Bruxelas - Uma proposta da União Europeia sobre o repasse dos direitos autorais aos músicos irritou bandas como Radiohead e Pink Floyd, que acusaram a Comissão Europeia de quebrar suas promessas de enfrentar o problema do não pagamento aos artistas.

A Comissão anunciou nesta quarta-feira o projeto que prevê regras para o repasse dos direitos não só aos artistas principais, mas também a músicos acompanhantes, compositores e produtores envolvidos na criação das faixas.

"Estamos profundamente desapontados com a sua escolha de defender os interesses de uma minoria de gestores e acionistas", disse carta assinada por Nick Mason (Pink Floyd), por Ed O'Brien (Radiohead), pela cantora britânica Sandie Shaw, pelo produtor CJ Bolland e por Kelvin Smits, diretor da Younison, entidade que defende os interesses dos artistas.

A Comissão avaliou que as cerca de 250 entidades arrecadadoras que atuam na Europa retêm valores substanciais, que deixam de ser repassados. Um cálculo divulgado junto com o projeto mostrou que em 2010 as principais entidades deviam 3,6 bilhões de euros (4,41 bilhões de dólares) aos detentores de direitos fonográficos.

Artistas dizem que a cifra na verdade é muito maior, e que as entidades não têm incentivos para apressar o pagamento, por causa dos dividendos que podem obter se retiverem o valor.

A Comissão Europeia disse que alguns pagamentos chegam a ficar até três anos atrasados.

O projeto, que precisa passar no Parlamento Europeu e nos 27 Parlamentos nacionais do bloco, estipula que os pagamentos devem ocorrer em até 12 meses após o término do ano financeiro em que a execução musical ocorreu. Quando o detentor do direito não puder ser identificado, a sociedade arrecadadora pode reter o valor por até cinco anos.

Os artistas dizem que esse prazo prolongado estimulará as entidades arrecadadoras a reterem o direito, reduzindo o estímulo para que os beneficiários legítimos sejam encontrados.

"Vocês violaram suas promessas e estimularam os gestores das sociedades arrecadadoras a reterem os frutos da nossa criatividade. Vocês roubaram nossas esperanças", disse a carta dos artistas à Comissão. "Vocês assim legitimaram uma das formas mais problemáticas de enriquecimento ilícito adotadas por algumas sociedades arrecadadoras na Europa." As sociedades dizem que tentam repassar os direitos o mais rapidamente possível, e que muitas já pagam seus membros com muito mais rapidez do que prevê o projeto de lei.

A britânica PRS, por exemplo, faz pagamentos trimestrais, segundo Veronique Desbrosses, secretária-geral da Gesac, que representa 33 sociedades arrecadadoras da União Europeia.

"E às vezes é difícil encontrar os detentores dos direitos porque eles estão espalhados pelo mundo todo", acrescentou.

A lei também tenta combater a pirataria ao ampliar as exigências de licenciamento por parte das entidades arrecadadoras antes da distribuição de músicas por serviços da Internet como o iTunes, da Apple.

Acompanhe tudo sobre:ArteArtistasCelebridadesEntretenimentoEuropaIndústria da músicaMúsicaUnião Europeia

Mais de Casual

O único restaurante japonês a ter 2 estrelas Michelin em São Paulo volta com tudo

Quanto custa viajar para Santiago, no Chile?

Dia Mundial do Bartender celebra profissionais como os artistas da mixologia

Montblanc lança primeira coleção de couro do ano com três novas cores