Casa na represa de Jaguari: projeto de Facundo Guerra (Altar/Divulgação)
Guilherme Dearo
Publicado em 11 de março de 2020 às 16h43.
Última atualização em 11 de março de 2020 às 16h44.
São Paulo - Há cerca de duas horas de São Paulo, uma casa flutua em uma represa, totalmente desconectada do mundo urbano. O foco na hora de atrair hóspedes? Aqueles atrás de contato com a natureza, um tempo desligado das redes sociais e a experiência de viver em um modelo sustentável, sem gerar lixo e impacto ambiental.
A casa de design minimalista é a Altar, empreendimento do empresário Facundo Guerra, famoso por baladas e bares em São Paulo como Lions, Cine Joia e Bar dos Arcos, e fica na represa de Jaguari, em Joanópolis, próximo à cidade de Piracaia e à Serra da Mantiqueira.
O mais importante é a autossuficência da casa: conta com sistema de captação e purificação de água, sistema que transforma dejetos em biogás (que pode ser utilizado para cozinhar) e painéis solares para captação de energia. Não está conectada a rede de água, esgoto ou rede elétrica.
A casa, que parece um contêiner, tem 38 metros quadrados de área interna e mais 26 metros quadrados de área externa. Ela flutua de maneira estável no meio da represa em uma estrutura retangular e plana que a impede de balançar como um barco e causar enjoos. Para chegar até ela, uma lancha elétrica disponível vence os trinta metros que a separa da margem.
Segundo Facundo Guerra, a ideia surgiu primeiro como projeto pessoal. Depois, veio a ideia de disponibilizá-la para outros interessados. "Estava pensando em uma segunda casa para poder passar um fim de semana tranquilo com minha família. Mas não estava com dinheiro ou interesse para comprar uma casa convencional, em um terreno loteado. Daí veio a ideia de poder viver em uma casa autônoma e pré-fabricada", diz. Depois, veio a ideia de disponibilizá-la no Airbnb.
No total, da construção ao transporte até a represa, o projeto custou R$ 500 mil. "Colocamos ela no meio da represa para provar que era autossuficiente".
A construção é da startup brasileira Syshaus e do arquiteto Arthur Casas. A fabricação não gerou resíduos, sendo feita com madeira de reflorestamento.
A ideia é promover uma experiência onde o hóspede pode passar um tempo sem telefone e internet e redescobrir o contato com a natureza. O próprio projeto se define como “um santuário que nos volta para dentro e nos conecta com o que realmente importa, lugar onde um final de semana equivale a quinze dias de férias”.
Daí, também, o nome Altar. "É um projeto sobre conexão com o mundo e reflexão pessoal", explica Guerra.
A Altar está disponível para alugar no Airbnb, com datas disponíveis desde março. Equipada com mobília, lareira e utensílios domésticos, a diária fica em torno de 800 reais e inclui stand-up paddle e caiaques. À parte, há passeios de trekking, barco e wakeboard, entre outros. A casa comporta até quatro pessoas e tem um quarto, duas camas, cozinha e um banheiro.
Em frente à casa, em terreno firme, produtores locais vendem produtos orgânicos, queijos, cervejas artesanais e doces caseiros. Há um rancho de apoio na beira da represa, com vestiário e banheiro.
Segundo Guerra, há a ideia de ampliar o projeto até 2021, criando um hotel itinerante e descentralizado, com trinta casas, todas autossuficientes. As estruturas ficariam a cada temporada em locais diferentes. Hora na montanha, hora no lago, hora na mata.
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