Christian Bale é o gestor de fundo Michael Burry no filme "A grande aposta", do diretor Adam McKay (Divulgação/Facebook)
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2016 às 11h32.
Los Angeles - Produtores de Hollywood elegeram "A Grande Aposta" como o melhor filme de 2015 em uma cerimônia na noite de sábado, marcada por comentários sobre a polêmica racial na votação para os prêmios do Oscar, previsto para no mês que vem.
O Sindicato dos Produtores dos Estados Unidos (PGA, na sigla em inglês), uma das maiores organizações da indústria cinematográfica que representa profissionais do cinema e da televisão, também escolheu "Divertida Mente" como melhor animação, "Amy", sobre a falecida cantora, como melhor documentário e "Game of Thrones", como melhor drama televisivo.
Em anos anteriores, os premiados pela PGA na categoria de melhor filme muitas vezes conquistaram a mesma honraria no Oscar.
O Oscar será realizado em 28 de fevereiro e homenageará produtores, diretores, atores e atrizes selecionados pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pela premiação.
Mas as conversas a respeito dos prêmios vêm sendo eclipsadas por uma nuvem de acusações de racismo desde que o anúncio dos indicados, ocorrido no início deste mês, revelou uma ausência de muitos atores e diretores negros. A
falta de diversidade pelo segundo ano consecutivo ressuscitou a hashtag #OscarsSoWhite (OscarTãoBranco) nas redes sociais e levou grandes nomes do cinema norte-americano, como o ator Will Smith e o diretor Spike Lee, a anunciarem um boicote à festa.
Dede Gardner, produtora de "A Grande Aposta", abordou a polêmica durante o discurso no qual agradeceu o principal troféu da noite de sábado.
"Sim, temos um problema real, temos mesmo. Precisamos contar histórias que refletem nosso mundo, nosso país", opinou.
Ela não estava sozinha no reconhecimento de que os cineastas precisam confrontar diretamente o tema espinhoso.
Shonda Rhimes, criadora da série de televisão "Grey's Anatomy", também tratou da questão da necessidade de maior diversidade, e Gary Lucchesi, presidente do sindicato dos produtores, disse que a indústria deve "tomar a decisão consciente de desafiar o status quo."