Evento de abertura da Mostra: Oriente Médio como tema ( Mario Miranda Filho/Agência Foto/Divulgação)
Repórter de POP
Publicado em 23 de outubro de 2024 às 07h26.
Passada a temporada de festivais internacionais de cinema de 2024, que inclui Berlim, Cannes, Veneza, Toronto, Miami, Sundance e tantos outros, alguns dos principais filmes premiados desembarcam no Brasil em outubro. Nas primeiras semanas do mês, o Festival do Rio exibiu tanto obras reconhecidas, como O Quarto ao Lado, de Pedro Almodóvar, que levou o Leão de Ouro em Veneza, quanto apostas brasileiras já exibidas (e aplaudidas) lá fora, como Baby, de Marcelo Caetano, e Manas, de Marianna Brennand.
Agora chegou a vez da 48a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que começou no dia 17 e vai até 30 de outubro. A curadoria deste ano selecionou 417 filmes para sessões especiais nas principais salas de cinema de rua da capital.
O evento fará a primeira exibição no Brasil de alguns dos títulos reconhecidos pelo júri dos maiores festivais, entre eles Anora, de Sean Baker, vencedor da Palma de Ouro em Cannes; O Brutalista, de Brady Corbet, vencedor dos prêmios da crítica e de Melhor Direção no Festival de Veneza; Dahomey, de Mati Diop, vencedor do Urso de Ouro em Berlim; e Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, vencedor do prêmio de Melhor Roteiro em Veneza e a escolha da Academia Brasileira de Cinema para a vaga no Oscar de Melhor Filme Internacional de 2025. María, de Steven Knight, protagonizado por Angelina Jolie, foi o longa-metragem de abertura.
Dentro do contexto geopolítico global, a Mostra terá também um olhar especial para as produções do Oriente Médio, no mês em que a guerra entre Israel e o Hamas completa um ano.
Os cinemas de São Paulo recebem longas que abordam o conflito da região, como No Other Land, com direção do israelense Yuval Abraham e dos palestinos Basel Adra e Hamdan Ballal, um dos mais aguardados, vencedor do prêmio de Melhor Documentário no Festival de Berlim. Em seu discurso de agradecimento, Abraham destacou que a Faixa de Gaza vive uma “situação semelhante ao apartheid”. São destaques também as obras de Mohsen Makhmalbaf (Aqui as Crianças Não Brincam Juntas), Hana Makhmalbaf (A Lista) e Scandar Copti (Happy Holidays). Além dos conflitos do Oriente Médio, a curadoria do evento trará uma extensa seleção de filmes indianos, que compõem a chamada Bollywood.
Entre as mais de 70 obras nacionais escolhidas para a Mostra destacam-se Apocalipse nos Trópicos, de Petra Costa; Os Enforcados, de Fernando Coimbra; Betânia, de Marcelo Botta; Malu, de Pedro Freire; e Continente, de Davi Pretto. O mais aguardado, sem dúvida, é o novo longa de Walter Salles.
Em sua 48a edição, o festival homenageia o cineasta Wim Wenders, cujo maior sucesso, Paris, Texas, completa 40 anos em 2024. O filme será exibido no negativo original, obtido depois de uma restauração digital da película. Pela primeira vez, o festival também terá a Mostrinha, destinada ao público infantil, com obras nacionais e internacionais.
A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo é a maior do país e será exibida em 29 salas de cinema da capital. Sessões especiais passarão na Sala São Paulo, no Vale do Anhangabaú e no Museu da Língua Portuguesa. A programação completa está no site do evento.
48a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo | de 17 a 30 de outubro | Ingressos nas próprias bilheterias de cada um dos cinemas participantes | (https://48.mostra.org/)