Praia: quem passa a virada no litoral deve tomar cuidado com queimaduras de sol, águas-vivas, micoses e até câncer de pele (Mike Vondran / Flickr Commons)
Da Redação
Publicado em 31 de dezembro de 2014 às 17h07.
Passar o dia na praia e emendar o programa com a festa da virada do ano é o programa ideal para milhares de cariocas e turistas no último dia de 2014. Com o sol forte, as altas temperaturas e a sensação térmica chegando aos 52 graus, como ocorreu ontem (30), o programa pode representar um risco para a saúde, caso os banhistas não tomem as devidas precauções.
Durante o verão, a radiação solar incide com mais intensidade sobre a Terra, aumentando o risco de queimaduras de sol e de águas-vivas, micoses e câncer de pele, entre outros problemas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a exposição ao sol deve ser evitada entre as 10h e as 16h, e as barracas de praia devem ser feitas de algodão ou lona, tecidos que absorvem 50% da radiação ultra-violeta. Os dermatologistas também recomendam a aplicação diária de filtro solar, e não somente nos momentos de lazer.
Já os oftalmologistas alertam para os riscos da exposição prolongada dos olhos aos raios solares, sem a proteção adequada. O uso de bonés e de óculos escuros de qualidade, com proteção contra as radiações ultra-violeta, são a melhor garantia contra o surgimento de doenças como cataratas e irritações na córnea, como a ceratite actínica. Os sintomas são vermelhidão, dor e sensação de areia na vista.
Outra doença oftalmológica causada pela exposição excessiva ao sol é o pterígio, alteração na membrana que recobre o olho, caracterizada pelo crescimento de uma massa vermelha na direção da córnea, causando desconforto. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, Marcus Sáfady, “a pessoa que apresentar esses sintomas deve procurar um oftalmologista, que vai indicar um colírio adequado e, se for o caso, um procedimento cirúrgico”.
Com termômetros na casa dos 35 graus, as praias de Copacabana e Ipanema estavam lotadas nesta quarta-feira, ao meio-dia. O mar sem ondas e cristalino era um convite à prática de stand-up paddle e alguns jet skis também compartilhavam o calor do verão, em uma faixa um pouco mais afastada dos banhistas.
Moradora de São Paulo, a enfermeira Jane Leite veio visitar os primos e sabe enfrentar o calor, que, segundo, ela, está parecido com o de São Paulo. “Eu passo protetor solar de três em três horas, tomo bastante água e uso chapéu e óculos escuros. Geralmente, no rosto eu uso protetor solar com cor, que vem com base, porque protege mais, principalmente em São Paulo, que tem mais poluição. No corpo é fator 60. Para as crianças, o mais recomendável é protetor e o máximo de água que puder consumir, água de coco, nunca refrigerante, que não faz bem”.
Pela primeira vez no Brasil, a japonesa Akiko Kato veio visitar uma amiga em Londrina (PR) e passa dez dias no país. “Estou gostando muito, vim para o réveillon no Rio. O céu é muito bonito, mas muito quente. É legal para férias, mas não para todo dia. Eu uso protetor solar, óculos de sol, muita água e me cubro. Espero ir a Copacabana, mas não temos o bilhete do metrô e estamos no centro. Amanhã vamos para as Cataratas do Iguaçu”.
Já acostumado com o calor, o operador de turismo Márcio Vieira da Rosa tem uma estratégia diferente para os cariocas que têm a praia à disposição. “Eu fico pouco na praia, venho, fico meia hora, uma hora, e já vou embora. Passo protetor às vezes. E limonada ou água para refrescar”.
Quem trabalha na praia também precisa se cuidar, como o vendedor Natan Felipe. “Eu vendo protetor e bronzeador, mas o pessoal prefere mais o bronzeador mesmo. Eu passo protetor solar e bebo bastante água”. Marcos Antônio vende bebidas na praia há 19 anos e segue a mesma cartilha. “Eu fico das 10h da manhã até umas 4 da tarde. A única coisa que a gente faz é passar protetor. E muita água”.