Patek Philippe Cubitus: nova linha depois de 25 anos (Monochrome/Reprodução)
Editor de Casual e Especiais
Publicado em 19 de outubro de 2024 às 07h00.
Última atualização em 25 de outubro de 2024 às 08h57.
Um lançamento da Patek Philippe nunca passa despercebido. Em se tratando de uma linha inteiramente nova de relógios, então, era esperado mesmo muito barulho. Com exceção de alguns sites especializados menos propensos a polêmicas, no entanto, o que se viu foi uma enxurrada de críticas.
Nesta quinta-feira, 17 de outubro, a manufatura suíça apresentou a coleção Cubitus, composta pelos modelos em aço 5821A, o aço e ouro 5821AR e a versão mais complexa Instantaneous Grand Date em platina, 5822P.
O principal ponto de reclamações foi realmente o design. O Cubitus tem uma caixa quadrangular. A luneta é quadrada, mas os cantos são arredondados. É, portanto, uma mistura de formatos quadrado e octógono. Mas, sim, a aparência é de um quadrado. Tudo isso em uma caixa grande, de pouco mais de 45 milímetros.
A Patek Philippe faz parte do que os aficionados por relojoaria chamam de Santa Trindade, com Vacheron Constantin e Audemars Piguet. Para muitos, a Patek está no topo desse pódio. Natural, portanto, que qualquer movimento da manufatura de Genebra chame, e muito, a atenção.
Fazia 25 anos que a Patek Philippe não lançava uma nova coleção. Um quarto de século. Veja bem, estamos falando de uma linha inteira de relógios, não de variações de modelos, algo que a marca faz com frequência. A última linha criada foi em 1997, com o Aquanaut. Antes disso foi o Gondolo, em 1993. E a mais célebre de todas, o Nautilus, é de 1976.
O Nautilus foi uma resposta ao Royal Oak, da Audemars Piguet, apresentado quatro anos antes. Ambos foram desenhados por Gérald Genta, o mais célebre designer da história da relojoaria. Com bracelete de aço integrado à caixa, pode ser considerado a quintessência do relógio esportivo de luxo.
O Cubitus parece um Nautilus, em que as curvas deram lugar a linhas retas. Aficionados comentaram em blogs especialziados, em tom de deboche, que o modelo seria um cruzamento do Nautilus com o Cartier Santos 100, um modelo robusto e, claro, quadrado.
A referência próxima a um modelo tão icônico da prória marca é um ponto de incômodo. Logo depois de ter anunciado a descontinuidade do Nautilus 5711 em aço inoxidável, em 2021, a Patek ainda lançou as edições de despedida Olive Green e Tiffany. Desde então, os fãs da marca aguardavam um sucessor.
O que pouca gente apostava era em outra linha. Ao mesmo tempo em que guarda semelhança inegável com o Nautilus, o Cubitus é outra coisa. Causa um misto de reconhecimento com estranheza. Pelas fotos, ao menos, é e também não é outro relógio.
O Cubitus 5821A totalmente em aço é mais clássico, com mostrador verde oliva. Já o 5821AR em aço e ouro rosa tem mostrador azul. Ambos levam o calibre 26-330 SC de Patek, um movimento já usado no último Nautilus 5711, bastante sofisticado, com mecanismos como stop-seconds e reserva de marcha de 45 horas. O movimento pode ser visto através do fundo de safira.
Já o Cubitus 5822P vem em platina 950, com uma pulseira de couro. Tem função de grande data instantânea e caixa um pouco mais espessa, com 9,6 milímetros em vez de 8,3. O mostrador é azul escuro, com o mesmo padrão em relevo horizontal encontrado nas outras versões. O calibre é o 26-330 S C J SE.
Um ponto já era esperado: o alto preço. O Cubitus em aço custa 35.000 francos. O aço e ouro sai por 52.000 francos. E o Grand Date vale 75.000 francos. Isso, claro, caso você consiga entrar na fila. Podem criticar o quanto quiserem. Mas trata-se de um Patek.